Desde a sua constituição que a ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores – vem dedicando particular atenção e preocupação, aos problemas decorrentes do estado de sofrimento social em que vive um número muito elevado de portugueses.
Sofrimento social nas suas variadas manifestações: exclusão social, pobreza (visível e envergonhada) e – de forma que nos envolve diretamente, como empresários e gestores que somos – o desemprego.
O desemprego, como bem sabemos, atinge hoje em dia proporções alarmantes na sociedade portuguesa e os tempos conturbados que vivemos tendem a agravar esta situação.
Não podendo ambicionar a resolução do problema do desemprego na sua globalidade, sentiu a ACEGE, todavia, a necessidade de passar da palavra aos atos, levando a cabo uma iniciativa que não só contribua para atenuar a gravidade do problema, como possa, por contágio, propagar a todos os líderes empresariais e às empresas que lideram a urgência inadiável do combate à chaga social do desemprego.
E nesse sentido, promoveu a constituição de um fundo de capital de risco, sugestivamente denominado de Fundo Bem Comum, destinado a promover e financiar projetos de empreendedorismo liderados por quadros qualificados desempregados com mais de quarenta anos de idade. Contou, para a realização deste fundo, com 5 investidores que acreditaram nas razões e nas premissas deste projeto. São eles o Grupo José de Mello, o Banco Espírito Santo, a Caixa Geral de Depósitos, o Banco Santander Totta e o Montepio.
Qual a razão de tão específico objetivo?
Sem dúvida, a perplexidade perante uma das maiores contradições da sociedade atual, a de ser cada vez maior a expectativa de vida fisiológica de homens e mulheres, e ser cada vez menor a expectativa da sua vida profissional.
Vive-se hoje cerca de oitenta anos e, inexplicavelmente, se alguém for despedido com quarenta anos – nem é preciso mais – certamente terá a maior dificuldade em arranjar novo emprego com tudo o que isto significa de dramático em termos pessoais e familiares e, não menos significativo, com o que em termos económicos representa de delapidação de valiosos recursos humanos.
E essa é a mensagem principal desta iniciativa: por um lado impedir que pessoas com tanto para dar à nossa economia sejam desaproveitadas e esquecidas e, por outro, desafiar quantos caiam no desemprego a recusar pôr um ponto final na sua vida profissional.
A missão de fundo
Pese embora a natureza social do fundo, acordou-se desde a primeira hora que a gestão se guie por um rigor equivalente ao das melhores práticas financeiras, sem margem para cedências a impulsos de favor.
Só com este rigor será possível atingir a missão do fundo, nos seus três objetivos principais:
· a pedagogia do emprego, estimulando desempregados com experiência profissional a desenvolver projetos empresariais;
· a criação de emprego, apoiando os melhores projetos, capazes de garantir a criação sustentável de postos de trabalho;
· a criação de valor, garantindo a sustentabilidade do projeto e, com ela, a remuneração adequada do capital investido.
Acreditamos que este fundo é um passo sério e que, em profunda contra corrente, procura oferecer meios financeiros para a criação de novos projetos empresariais, num tempo em que ninguém confia em ninguém, num tempo em que existe uma extrema dificuldade em se recorrer ao crédito junto dos bancos comerciais.
Mas, no “remar contra a maré” está a esperança e a confiança no empreendedor português e potenciar o desenvolvimento de novos projetos, capazes de reabilitar desempregados plenos de potencial e, ao mesmo tempo, criar riqueza e, desta forma, contribuir para o enriquecimento do nosso país.
No cenário e conjunturas atuais, acreditamos com o Fundo Bem Comum, poder contribuir para o nascimento de novos negócios que permitam que desempregados com mais de 40 anos possam recomeçar de novo, colocando os seus talentos a render para si, para aqueles que com eles colaborarem nas empresas e para Portugal que tão urgentemente precisa de empresários para vencer esta crise.
Para conhecer como se candidatar ao fundo pode aceder a www.bemcomum.pt
Nuno Fernandes Thomaz
Presidente Conselho Administração do Fundo Bem Comum