Restrições impostas na eucaristia dedicada à padroeira madeirense pretenderam evitar que a sacristia se tornasse numa sala de imprensa
Funchal, Madeira, 16 ago 2012 (Ecclesia) – O pároco de Nossa Senhora do Monte, no Funchal, justificou hoje as restrições impostas aos jornalistas na eucaristia em honra da padroeira madeirense com a necessidade de não transformar a sacristia num “sala de conferências de imprensa”.
Em entrevista concedida à Agência ECCLESIA, o padre Giselo Andrade lembrou que a cerimónia, que decorreu esta quarta-feira, conta todos os anos com a presença das “autoridades políticas, civis e militares” da Madeira e “neste sentido, claro que é um palco para os jornalistas fazerem perguntas”.
No entanto, segundo o sacerdote, “com o passar dos tempos”, verificou-se que “a sacristia estava a transformar-se numa sala de conferência de imprensa onde se falava, onde se ria e se traziam as câmaras”.
Para evitar este tipo de situações, o responsável pela organização da celebração decidiu que “na sacristia não havia presença de jornalistas” e que estes eram “convidados a entrarem pela porta principal da igreja e a desenvolverem ali o seu trabalho”.
O ‘Diário de Notícias’ da Madeira refere na sua edição online que foi impedido, em conjunto com a RTP-Madeira, de “recolher imagens ou sons junto do altar, conforme sempre foi permitido”.
O pároco de Nossa Senhora do Monte recusa polémicas, afirmando que não foram emitidas regras relacionadas com o espaço da igreja e também “não houve tratamento privilegiado” a nenhum jornalista.
Os profissionais do DN “podiam ter-se aproximado”, mas “ficaram indignados por não poderem entrar na sacristia”, lamentou o sacerdote.
Quanto à situação da RTP-Madeira, o padre Giselo Andrade realça que a ausência de repórteres de imagem teve a ver com o facto da emissora televisiva não ter feito a transmissão direta da celebração, ao contrário do que tem acontecido em anos anteriores.
O episódio foi comentado pelo bispo da Diocese do Funchal durante a missa dedicada à Senhora do Monte.
Na sua homilia, D. António Carrilho apontou que a ausência daquele “serviço público” impossibilitou muitos “madeirenses, sobretudo idosos, doentes e emigrantes espalhados pelo mundo” de assistirem à cerimónia.
A solução, adiantou o pároco local, passou por pedir a uma empresa que filmasse a missa para depois a colocar na internet.
LS/JCP