Monumento à paz foi construídos após a cidade ter sido bombardeada pela segunda vez
Funchal, Madeira, 20 set 2014 (Ecclesia) – A diocese do Funchal decidiu assinalar, em 1917, a conquista da paz, após a cidade ter sido bombardeada duas vezes durante a I Guerra Mundial, com a construção de um monumento à Senhora da Paz.
A “promessa de quando se chegasse à paz seria levantada uma imagem em honra de Nossa Senhora” foi uma ideia do padre José Marques Jardim, recordou esta sexta-feira José de Freitas Branco no Congresso sobre os 500 anos da Diocese do Funchal.
O monumento à Senhora da Paz foi edificado no Terreiro da Luta, a cerca de 850 metros de altitude, na freguesia do Monte, e foi inaugurado em 1927.
A cidade do Funchal foi bombardeada em dezembro de 1916 e no mesmo mês do ano seguinte, provocando um “traumatismo coletivo muito grande”, recordou o professor de Antropologia Social.
Em declarações à Agência ECCLESIA, José de Freitas Branco afirmou que “há uma sobreposição de sentidos”, consequências das transformações sociais e políticas que ocorreram entre o momento em que surge a promessa e o ano em que é inaugurado o monumento.
“O monumento da paz, que tinha servido para evocar a paz, é inserido na mobilização para a recristianização do país”, que marca os anos 20 e seguintes, recordou.
José de Freitas Branco referiu que o monumento é “apropriado” por determinados grupos da sociedade madeirense, que não o incluem nas grandes romarias da região, nomeadamente as que acontecem no Monte, Loreto, Ponta Delgada e Machico, nem nas festividades das diferentes freguesias.
A comunicação “Guerra e paz no Terreiro da Luta: devoções e festividades cíclicas na Madeira” foi apresentada por José de Freitas Branco no Congresso "Diocese do Funchal – a Primeira Diocese Global", que decorre no auditório do Casino da Madeira até este sábado.
PR