Funchal: Equipas de prevenção da Cáritas estão no terreno para apoiar vítimas dos incêndios

Presidente da instituição fala de «espetáculo dantesco»

Funchal, Madeira, 19 jul 2012 (Ecclesia) – A Cáritas tem desde esta madrugada cerca de 50 voluntários prontos a apoiar as vítimas dos incêndios que começaram ao fim da tarde de quarta-feira em Palheiro Ferreira e Choupana, nas imediações do Funchal.

“Duas equipas de intervenção foram acionadas ontem à noite e posicionaram-se de imediato no quartel do Regimento de Guarnição 3 logo que a Segurança Social nos fez o pedido oficial de ajuda”, disse hoje à Agência ECCLESIA o presidente da Cáritas Diocesana do Funchal.

O estado de alerta, que durante a noite foi colocado no nível mais elevado, baixou agora para o mais reduzido, referiu José Manuel Barbeito, acrescentando que recebeu telefonemas de voluntários a oferecerem-se para ajudar, tendo-lhes pedido para ficarem de prevenção e disponíveis para render as equipas no terreno.

“Estamos numa fase de expectativa. Esperamos que esta situação fique contida e que não existam mais fogos que ponham em perigo as populações e provoquem desalojamentos”, explicou o presidente da organização de apoio social da Igreja Católica.

José Manuel Barbeito esclareceu que a instituição reforçará os meios do Governo Regional da Madeira, caso seja necessário, mas só depois do levantamento dos prejuízos feito pelas autoridades civis: “Queremos aguardar por um número mais seguro de vítimas e de prejuízos para não estarmos a fazer apelos de forma precipitada”.

“Em termos materiais asseguramos o vestuário e alimentação. Se houver necessidades de maior vulto faremos um comunicado à imprensa”, adiantou o dirigente, referindo que poderá ser necessário material para a reconstrução das habitações.

O responsável, que já contactou o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, não afasta a possibilidade de a instituição avançar com um plano de ajuda “a nível nacional”.

Os fogos que causaram o deslocamento de centenas de residentes nas áreas afetadas, queimaram duas residências e causaram estragos em mais duas dezenas foram um “espetáculo dantesco”, sublinhou José Manuel Barbeito.

O presidente da Cáritas diocesana recorda-se que “há muitos anos, na Páscoa, ocorreu também um grande incêndio sobre as serras Funchal, mas na altura não havia a densidade populacional que existe hoje”.

O vice-presidente da Câmara do Funchal, Bruno Pereira, relatou à Agência Lusa que 16 pessoas foram reencaminhadas durante a noite para o Regimento de Guarnição n.º 3, que foi preparado para receber os desalojados.

Segundo o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, Luis Néri, um foco na zona das Águas Mansas, no concelho de Santa Cruz, próximo do Funchal, é o que está a causar agora “maior preocupação”.

No mesmo concelho foi registada uma casa ardida na freguesia da Camacha, onde foram evacuados o centro de saúde e a escola do 1.ºciclo Santo Condestável.

RJM

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Agência ECCLESIA

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