Funchal: Diocese global estudada por globalidade de saberes

Memórias de 500 anos de história deixam propostas de renovação para a Igreja na Madeira

Funchal, Madeira, 20 set 214 (Ecclesia) – O Congresso que assinalou os 500 anos da Diocese do Funchal documentou que a Igreja na Madeira passou de “global a globalizada”, teve participação diversificada e deixou propostas de renovação para uma instituição que está atenta à “realidade humana no seu todo”.

De acordo com José Eduardo Franco, a Diocese do Funchal passou ao longo de cinco séculos “de diocese global a diocese da globalização”, como o demonstram as ordens religiosas, “essas primeiras multinacionais modernas”, a literatura e a ciência, a criação de novos projetos de solidariedade e a produção da arte, um dos “patrimónios mais valiosos” da Madeira “com imensas potencialidades a serem exploradas”.

O presidente da Comissão Organizadora afirmou hoje na sessão de encerramento do Congresso "Diocese do Funchal – a Primeira Diocese Global" que os quatro dias de debate foram uma “universidade intensiva de alta cultura católica, e a sua “grandeza” está na “globalidade de visões e de saberes” apresentados e na “diversidade de presenças”.

Para D. António Carrilho, bispo do Funchal, os 500 anos da criação da diocese são uma oportunidade para a “Igreja assumir a sua História, o positivo e o negativo, as luzes e as sombras, a fidelidade e a infidelidade” ao Evangelho e renovar projetos, em continuidade com a “dimensão temporal” da sua história.

“A ação da Igreja não pode descurar a dimensão temporal e histórica. Não pode descurar a realidade humana no seu todo, devendo ser fator de aperfeiçoamento e de desenvolvimento das pessoas e instituições”, afirmou D. António Carrilho na sessão que encheu, pela última vez, o auditório do Casino da Madeira.

Ao intervir no encerramento do Congresso sobre a diocese, Paulo Cafofo, presidente da Câmara Municipal do Funchal, afirmou que a celebração dos 500 anos deve ser uma ocasião de “renovação”, desafiando a Igreja a envolver-se na política “entendida como um trabalho para o bem comum”.

D. António Carrilho recordou que “assumir” a história da presença da Igreja Católica na Madeira significa fazer memória e continuar a ser “espaço de acolhimento e serviço fraterno”.

“Já o faz, como é público e consta dos seus planos e atividades pastorais ao serviço de todos, sem excluir ninguém. Procuremos fazer mais e melhor”, sublinhou ao ler a sua intervenção.

O padre José Ornelas Carvalho recordou, na sessão de encerramento, que a História da Madeira “está bordada” de pequenos e grandes acontecimentos, tanto pelos que partiram da região como pelos que chegaram, pois “o mar é via de chegada e de partida”.

O superior geral da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) afirmou que a “abertura está na vocação de Ilha da Madeira, onde é necessário desenvolver um “diálogo aberto, sem medo e franco”.

Guilheme Silva, vice-presidente da Assembleia da República, afirmou que é necessário manter um “fórum de reflexão” na Madeira para, de cinco em cinco anos, aprofundar os temas enunciados neste Congresso.

“Este Congresso merece uma continuidade. Vamos a partir de agora ser a primeira parte da construção dos 500 anos que se vão seguir, ainda mais positivos”, concluiu o deputado madeirense.

O Congresso Internacional “Diocese do Funchal, a Primeira Diocese Global – História, Cultura e Espiritualidades” decorreu no auditório do Casino da Madeira entre os dias 17 e 20 de setembro de 2014, encerrando as comemorações dos 500 anos da criação da Diocese do Funchal.

PR

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