D. Nuno Brás, atual bispo diocesano, afirma que a segunda metade do século XX e início do século XXI ficam marcados pelo seu episcopado

Lisboa, 25 ago 2025 (Ecclesia) – O bispo do Funchal afirmou em declarações à Agência ECCLESIA que D. Teodoro de Faria, falecido no último sábado, marca a História da Igreja, nomeadamente na Ilha da Madeira, onde soube acompanhar a “conquista da autonomia”.
“O facto de ele ter respaldado não apenas a transição democrática, mas depois também a consolidação da Madeira como região autónoma, com um governo autónomo, foi obviamente muito importante”, afirmou D. Nuno Brás.
Para o atual bispo do Funchal, D. Teodoro de Faria “nunca foi alguém alheado da realidade” e procurou corresponder-lhe, tendo presente a “noção de autonomia”, a construção de uma sociedade onde os madeirenses “decidem o seu destino”, “obviamente integrada no todo nacional”.
D. Teodoro de Faria faleceu este sábado, na Madeira, a um dia de completar 95 anos de vida, tendo sido bispo do Funchal entre os anos de 1982 e 2007, após ter estudado a Sagrada Escritura e ter trabalhado em Roma, como vice-reitor e depois como reitor do Pontifício Colégio Português.
Para D. Nuno Brás, a presença de D. Teodoro de Faria na Igreja em Portugal, nomeadamente na Diocese do Funchal, desde os anos 50, quando foi ordenado padre, identifica-se nos estudos bíblicos que fez, e marcaram a “sua personalidade e a sua ação pastoral” e também a promoção de peregrinações, que “gostava de orientar”.
“Há muitas centenas de madeirenses para quem o D. Teodoro é aquele que guiou as peregrinações à Terra Santa, a Roma, à Turquia”, refere D. Nuno Brás.
O bispo do Funchal valoriza também o “revigoramento” da tradição das Missas do Parto, celebradas de madrugada para preparar a celebração do Natal, assim como as Festas do Santíssimo e “uma série de realidades da religiosidade popular madeirense” que D. Teodoro de Faria “promoveu, atualizou e deu uma nova alma”.
Para o atual bispo do Funchal, o acolhimento do Papa São João Paulo II na Madeira, no dia 12 de maio de 1991, foi o “o ponto alto do seu episcopado”.
“As pessoas não esquecem esse dia memorável que foi a passagem do Papa por aqui pela Ilha da Madeira, com a celebração da Eucaristia”, afirma D. Nuno Brás, acrescentando que a diocese conserva o papamóvel que transportou São João Paulo II e, todos os anos, coloca-o à frente da catedral para recordar a visita do Papa.
As cerimónias fúnebres de D. Teodoro de Faria decorrem esta segunda e terça-feira, na Catedral do Funchal: hoje vai ser celebrada uma Missa às 17h30, após a oração do terço às 17h00, e, às 20h00, tem início uma vigília de oração; esta terça-feira, às 11h00, D. Nuno Brás preside à Missa Exequial e depois o vai ser sepultado no jazigo da diocese, no cemitério de São Martinho.
PR