Funchal: D. Nuno Brás sublinha importância da «manifestação pública» da fé na Eucaristia

Bispo diocesano presidiu à celebração do Corpo de Deus

Foto: Jornal da Madeira/Duarte Gomes

Funchal, Madeira, 30 mai 2024 (Ecclesia) – O bispo do Funchal sublinhou a importância da “manifestação pública” da fé, falando durante a celebração da solenidade do Corpo de Deus.

“A presença do amor divino jamais poderia ficar no segredo. É manifestação pública, caminho realizado por entre as ruas da cidade. É, sobretudo, quotidiano, silencioso mas operante, que transforma e realiza os gestos que deixam de ser nossos para serem os gestos da própria caridade divina”, declarou, na homilia da Missa a que presidiu na capital madeirense.

D. Nuno Brás apelou ao anúncio da fé “em respeito e promoção da dignidade de todos”, para que a Eucaristia seja “pão partido e repartido”.

A celebração decorreu no Largo do Colégio, reunindo membros de todas as comunidades da diocese.

O bispo do Funchal falou da atitude de espanto, perante o sacramento da Eucaristia: “Surpreendemo-nos e maravilhamo-nos porque percebemos Deus connosco, no meio de nós”.

Não bastavam as maravilhas da criação ou as leis da natureza que os cientistas e pensadores procuram encontrar e interpretar. Não bastava, sequer, o universo misterioso de cada ser humano, querido singularmente por Deus, que em cada um derrama todo o seu amor”, declarou.

Não. A imaginação divina foi muito mais além. Excogitou um milagre quotidiano de Presença, um Pão de Vida Eterna feito alimento para todos, que nos une a Jesus ressuscitado e nos faz membros uns dos outros. Uma fragilidade e humilhação do próprio Deus, que se torna força, que transforma e oferece a qualidade de vida daquele que o comunga e do mundo inteiro”.

D. Nuno Brás convidou a uma atitude de “adoração” e à “conversão” interior, na presença de Jesus.

“Havemos de O mostrar à cidade, sem medo nem vergonha. Mas, sobretudo, vivamos em cada instante (no espanto, na adoração e conversão) este excesso de amor divino que toma conta de nós, e que quer, tão simplesmente, tomar conta do mundo inteiro”, concluiu.

A solenidade litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade de Liège, atual Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula “Transiturus”, em 1264, dotando-a de Missa e Ofício próprios.

Esta solenidade terá chegado a Portugal nos finais do século XIII e tomou a denominação de festa de Corpo de Deus; a exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60.º dia após a Páscoa, uma quinta-feira, fazendo assim a ligação com a Última Ceia de Quinta-feira Santa.

OC

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Agência ECCLESIA

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