Funchal: D. Nuno Brás pede que caminho sinodal «não seja interrompido»

Documento da síntese local foi apresentado com pedidos de «escuta e acolhimento» diferentes

Funchal, 17 jun 2022 (Ecclesia) – A diocese do Funchal apresentou esta quinta-feira a síntese feita a partir da reflexão para o sínodo, convocado pelo Papa Francisco, para 2023, num trabalho que D. Nuno Brás não quer interromper.

“Não deixemos este caminho que agora se iniciou e que, verdadeiramente, construamos comunidades onde todos se preocupem com todos a todo os níveis, sobretudo ao nível da fé”, afirmou o bispo do Funchal, na reunião de apresentação da síntese, citado pelo Jornal da Madeira.

O cónego Manuel Gonçalves dos Ramos, coordenador da comissão diocesana de acompanhamento dos trabalhos do Sínodo, afirmou a importância de “criar mais meios nas comunidades cristãs e na Igreja no seu todo”, indicando que se pede um modo de acolher e escutar diferente.

A reflexão envolveu “50 grupos”, num total de 1500 pessoas, “a maioria dos quais de uma faixa etária acima dos 50 anos”.

Os participantes assinalaram que “a maioria das reuniões que se realizam nas comunidades são para programar alguma coisa e não para discernir para refletir, mas nunca para escutar”.

O responsável pela comissão assinalou ainda a necessidade de “envolver mais as famílias na formação cristã, na Pastoral Juvenil e na Pastoral Vocacional” mas também a importância da “formação permanente do clero não só na área da Teologia, mas também das outras vertentes pastorais, bem como a comunhão e a união do clero”.

A religiosidade popular foi outro ponto referido, tendo sido notado a necessidade de “evangelizar em vários aspetos, de melhorar a comunicação dentro e fora da Igreja”.

D. Nuno Brás recordou o “enquadramento teológico, doutrinal, teórico desta realidade da sinodalidade” dado pelo Concilio Vaticano II, sugerindo estar em falta a sua prática.

“Não se trata de qualquer coisa do estilo de assembleias parlamentares, mas de escutarmos todos o que é que o Espírito Santo quer de nós, o que é que o Espírito Santo quer para a Igreja para as várias comunidades neste momento e de o pôr em prática”, assinalou.

O bispo do Funchal advertiu para a necessidade de as pessoas “deixarem de olhar para a Igreja como uma prestadora de serviços religiosos” mas antes como “uma realidade comunitária, que as implica e onde elas são necessárias e têm lugar”, ganhando, depois, consequências na forma como as pessoas estão e como olham a Igreja.

LS

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Agência ECCLESIA

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