Funchal: D. Nuno Brás pede aos padres para serem «anunciadores de humanidade»

Curar, acompanhar, abrir «novos horizontes» é missão dos sacerdotes lembrada na celebração da Missa Crismal

Foto Duarte Gomes/Jornal da Madeira

Funchal, 17 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo do Funchal convidou os padres da diocese a serem “anunciadores de humanidade”, a “curar as feridas de incompreensões e de recusas; de ausências e de incapacidades; de injustiças e de mentiras”.

“Neste mundo de gente solitária, havemos de ser construtores de verdadeira comunidade; neste mundo de egoísmos, havemos de ser anunciadores da felicidade de ser, viver e construir uns com os outros; neste mundo de somas e subtrações, havemos de mostrar que, uns com os outros e com o Senhor Jesus, multiplicamos e podemos muito mais que a soma das nossas capacidades”, afirmou D. Nuno Brás na celebração da Missa Crismal, na Sé do Funchal.

O responsável convidou a abrir “novos horizontes de vida” e a mostrar “como o aqui e o agora é pouco para cada um e para todos”.

Na celebração que convida todos os padres a renovar as promessas feitas na ordenação sacerdotal, D. Nuno Brás quis partilhar a condição de fragilidade humana, afirmando o pecado e a fragilidade de todos, mas indicando que apesar de “todas as limitações e falhas humanas”, “Deus torna possível não viver só das pequenas esperanças e sonhos que sempre se encontram na vida de todos, mas viver da esperança definitiva e final que oferece um sentido verdadeiro à vida de cada um e de todos”.

Foto Duarte Gomes/Jornal da Madeira

“Apesar da realidade do pecado e das insuficiências dos seus membros, Deus quis e quer estar presente no mundo por meio da Igreja. O pecado dos seus membros torna certamente mais difícil o acolhimento do Evangelho; mas jamais será capaz de manchar a santidade surpreendente que a adorna, porque esta vem de Deus e não dos homens, e para ela flui incessantemente. Com efeito, a Igreja é um povo que apenas faz sentido numa constante referência ao Senhor; numa dependência constante dele; numa ininterrupta indigência da sua graça”, explicou.

O bispo do Funchal centrou ser missão do sacerdote “tornar presente a permanente indigência eclesial: a Igreja necessita constantemente de Jesus Cristo e da sua ação salvadora; necessita dos seus sacramentos; não pode ser ela mesma sem a presença do Senhor. E — muito menos! — ser, por si, originadora da salvação”.

D. Nuno Brás convidou os padres a não terem vergonha de “manifestar sem medo” serem presença “daquele que serve, daquele que dá toda a sua vida, daquele que não se conforma com o mundo e com o seu modo de pensar; que não se deixa limitar pelos os seus critérios e com as suas escolhas”.

“Somos presença daquele que é a esperança da humanidade e de cada ser humano, a esperança de todo o universo. É nossa missão mostrar profeticamente o caminho que falta ainda percorrer a todo o povo e ao mundo inteiro; é nossa missão denunciar profeticamente os erros, as falhas, os caminhos desviados, os passos atrás, as injustiças; é nossa missão descontruir ideias feitas, preconceitos com que o mundo procura disfarçar e distrair de todos dos verdadeiros objetivos”, indicou.

A finalizar, o bispo do Funchal afirmou ser missão dos padres “acompanhar, encorajar, mostrar Cristo presente no meio do seu povo e do mundo, como oferta de salvação, como possibilidade de chegar à meta, como vida de Deus ao alcance de todos (mesmo de quantos se considerem mais pecadores)”.

“Neste Jubileu de 2025, eis-nos chamados a ser ministros da misericórdia divina e da esperança segura que o próprio Deus derrama no coração dos fiéis”, finalizou.

LS

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