Bispo diocesano celebrou Missa na Paróquia da Camacha na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes
Camacha, Madeira, 27 jun 2025 (Ecclesia) – O bispo do Funchal presidiu hoje à Missa no Dia do Clero da diocese, coincidindo com o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes, na paróquia da Camacha (Madeira), convidando-o a rejeitar medo de “depender de Deus”.
“Mas que significa esse apelo de santidade? Significa, em primeiro lugar e antes de tudo, uma disponibilidade para nos colocarmos na sua dependência. Não tenhamos medo de depender de Deus”, afirmou D. Nuno Brás, na homilia enviada à Agência ECCLESIA, no dia em que se celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus.
O bispo salientou que “todas as dependências (afetivas, materiais, mesmo espirituais…)” devem assustar, mas não esta dependência de Deus.
“Antes: o orgulho é aquele pecado em que achamos podermos passar sem Deus; em que achamos já tudo saber e de tudo sermos capazes; é aquele pecado em que cada um se torna Deus para si e mesmo para os outros”, referiu.
Na celebração, D. Nuno Brás lembrou que o Senhor também pede a vontade dos sacerdotes, que “ela se deixe moldar, formar”, destacando que “não basta escutar”, “é, também, preciso querer”.
“E é preciso que o nosso querer se deixe moldar por aquele amor primeiro e último. Queremos amar como o Senhor. Queremos aquilo que Deus quer — e quando tal acontece, sabemos que temos tudo quanto queremos, como dizia S. Afonso Maria de Ligório”, completou.
O bispo do Funchal enfatizou que “o amor é um querer que se dispõe a fazer o bem à pessoa amada”, assinalando que “querer” significa colocar o que cada um é, faz, sonha, no “seio daquilo a que S. Paulo chamava a ‘obediência da fé’”.
“Mas sabemos que, para nós sacerdotes, a santidade significa, também (e de um modo essencial), cuidar dos irmãos. Apascentar aquelas que são as ovelhas do seu rebanho e que Ele nos entrega, que Ele confia ao nosso Cuidado”, indicou.
D. Nuno Brás enfatizou que a santidade representa também os sacerdotes cuidarem “uns dos outros, como presbitério”.
“Significa não tanto agirmos como classe mas como irmãos, corresponsáveis uns pelos outros e por todos. Significa sermos bons uns para os outros. Significa valorizarmos o bem que o outro faz e procurar esquecer os erros que porventura tenha cometido — e querer perdoá-los! E significa, ainda e finalmente, dispormo-nos ao caminho, sempre peregrinos de esperança”, frisou.
Fazendo menção ao Sagrado Coração de Jesus, o bispo afirmou que este é a “inspiração”, a “respiração”, o “sustento”, a “força”, a “certeza inabalável” sobre a qual sacerdotes querem “continuar a edificar” a vida.
“Foi Ele que nos quis e nos pensou; que conduziu a nossa história pessoal — por entre realidades boas e positivas mas, também, no meio de não poucos sofrimentos e derrotas, e mesmo desvios e infidelidades”, evidenciou.
D. Nuno Brás ressaltou que Deus foi escrevendo connosco a nossa história de cada um e por isso lhe estão “tão gratos”.
“Se não fosse o seu amor a construir-nos, a ajudar-nos, que seria de nós, abandonados às forças cegas da natureza, ao egoísmo do mundo, ao acontecer que não dominamos?”, questionou.
A Igreja Católica celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus na sexta-feira da semana seguinte à Solenidade do Corpo de Deus.
LJ/PR