D. António Carrilho destaca tradições associadas às festas da Imaculada Conceição e da Assunção de Nossa Senhora
Funchal, 09 dez 2011 (Ecclesia) – O bispo do Funchal espera que o “estatuto de autonomia” da Madeira permita à região “salvaguardar” os feriados religiosos da Imaculada Conceição e da Assunção de Nossa Senhora, cujo futuro está em aberto.
Esta quinta-feira, durante a celebração da solenidade em honra da padroeira de Portugal, na Sé do Funchal, D. António Carrilho sublinhou que “são muitas as tradições” associadas àqueles “dias santos”, que fazem “parte da vida cristã dos católicos e da vida cultural portuguesa”.
Ao longo da sua homilia, enviada hoje à Agência ECCLESIA, o prelado recordou que “a Senhora da Conceição é Padroeira de três paróquias (Porto Moniz, Machico e Conceição – Ponta do Sol) e titular de cerca de vinte capelas, construídas desde os primórdios do povoamento” daquele território.
No caso da Assunção de Nossa Senhora (15 de agosto), trata-se de uma festividade “com profundas marcas e expressões em toda a Diocese, tanto para os residentes, como para os milhares de emigrantes” que nessa altura visitam o arquipélago.
A questão da eliminação de dois feriados religiosos foi posta em cima da mesa em novembro, com base numa proposta apresentada pelo Governo à Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
Na altura, o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, considerou que, perante a situação financeira do país, não se justifica a existência de “tantos feriados e pontes”.
“Assim, o Governo irá propor aos parceiros sociais e à Igreja a redução de quatro feriados, dois civis e dois religiosos”, acrescentou.
No seguimento desta tomada de posição, o presidente da CEP, D. José Policarpo, salientou que a eliminação de feriados religiosos compete à “Santa Sé”, mas adiantou que a vontade dos bispos aponta para que o dia da Imaculada Conceição permaneça “intocável”.
Um dos feriados que poderá ser incluído nesta equação, segundo o episcopado português, é o “Corpo de Deus”, celebrado anualmente a uma quinta-feira, 60 dias depois da Páscoa, e que passaria para o domingo seguinte.
“Ao ser, agora, colocada pelo Governo à Conferência Episcopal, a necessidade e a proposta de se prescindir de dois feriados religiosos, não é fácil indicá-los nem decidir, tendo em conta o que todos eles significam como ‘dias santos’ para a maioria do povo português”, admite o bispo do Funchal.
O processo está agora nas mãos da Santa Sé, que irá tomar uma decisão definitiva depois de analisar o parecer da CEP e a proposta do executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
JCP/OC