D. Nuno Brás assinalou que religiosa «foi presença luminosa de Deus para o seu tempo e para os tempos que lhe sobrevieram»
Funchal, Madeira, 02 out 2021 (Ecclesia) – O bispo do Funchal encerrou hoje a fase diocesana do processo de canonização de Madre Virgínia Brites da Paixão, na igreja paroquial de Santo António, e, agora, a documentação recolhida vai ser enviada para o Vaticano.
“A Madre Virgínia da Paixão, na simplicidade e humildade da sua existência — mas também na ousadia e na coragem de viver a sua consagração por entre a sociedade do seu tempo — aquela mesma que tinha arrasado o seu convento das Mercês e todos os outros que lhe foi possível — foi esta presença luminosa de Deus para o seu tempo e para os tempos que lhe sobrevieram, para os cristãos desta nossa diocese e, assim o desejamos, para toda a Igreja de Cristo espalhada pelo mundo”, disse D. Nuno Brás, na clausura do processo diocesano.
Na informação enviada à Agência ECCLESIA, pela Diocese do Funchal, o seu bispo observou que não sabemos qual “o juízo final” que o Papa dará, “depois de examinados todos os volumes deste enorme processo” mas estão “confiantes” que “irá declarar Madre Virgínia como parte daquela enorme multidão dos santos que, no Céu, louvam a Deus e intercedem”.
D. Nuno Brás salientou que o encerrou da fase diocesana do processo de canonização de Madre Virgínia Brites da Paixão é “um marco histórico nesse processo”, que não inclui “qualquer juízo final acerca da sua vivência das virtudes cristãs ou das graças recebidas por tantos fiéis”.
“Tal juízo pertence apenas a Deus e à autoridade suprema da Igreja. A nós cabe-nos, apenas, reunir todos os materiais e testemunhos disponíveis, para que esse juízo possa ser definitivamente formulado com a plenitude do conhecimento que a nós, seres humanos, nos é permitido”, acrescentou.
Antes da última sessão do processo e o envio dos autos do processo para a Congregação das Causas dos Santos (Santa Sé) o bispo do Funchal presidiu à Eucaristia.
O processo da Madre Virgínia, como é conhecida, teve a sua abertura a 29 dezembro de 2006 com sessão no Mosteiro da Caldeira, Câmara de Lobos; foram ouvidas 13 testemunhas e recolhidas mais de 5400 páginas de autos processuais e documentos sobre a vida, virtudes da religiosa, que nasceu em 1860 e viveu até 1929; Foi sepultada no cemitério de Santo António.
“Tornou-se, graças às revelações particulares recebidas, uma grande missionária do Imaculado Coração de Maria conhecida em toda a Ilha da Madeira, Porto Santo, Açores, Continente. Enviou para Roma, para o Santo Padre, as revelações recebidas que tornaram possível o dogma da Assunção de Nossa Senhora ao Céu e a construção de uma Basílica dedicada ao Imaculado Coração de Maria”, assinala a nota diocesana.
D. Nuno Brás lembrou que o processo de canonização foi aberto e continuado pelos agora bispos eméritos do Funchal, respetivamente D. Teodoro de Faria e D. António Carrilho.
O processo para a canonização tem uma primeira etapa na diocese em que faleceu o fiel católico, com “fama de santidade”; uma segunda etapa tem lugar em Roma, onde se examina toda a documentação enviada pelo bispo diocesano: se o exame dos documentos for positivo, o “servo de Deus” é proclamado “venerável”.
Após exame da documentação, efetuado pelos teólogos e especialistas, compete ao Papa declarar a heroicidade das virtudes, a autenticidade dos milagres, a beatificação e a canonização.
OC/CB
Notícia atualizada 14h54