Funchal, Madeira, 19 out 2016 (Ecclesia) – O bispo do Funchal destacou “o testemunho de santidade” da Venerável irmã Mary Jane Wilson, na homilia da Eucaristia do centenário da sua morte, onde incentivou à oração para “o desejado e necessário milagre” para a sua beatificação.
D. António Carrilho, na homilia proferida na Sé do Funchal, recordou que a religiosa Mary Jane Wilson com a sua “vida, obras e fama de santidade” conquistou “o coração de todos os madeirenses” que a tratavam como “a Boa Mãe”.
O prelado destacou que “ninguém podia esquecer” os anos a Venerável freira viveu no arquipélago e “toda a sua dedicação aos outros”, principalmente aos mais pobres.
“A forma como tinha cuidado dos doentes nas epidemias da varíola e da pneumónica, colocando em perigo a própria vida; a grande capacidade de criar e gerir obras de solidariedade, para acolher e educar crianças, cuidar dos enfermos e dos idosos”, exemplificou.
A Venerável irmã Mary Jane Wilson fundou também um novo instituto religioso, a Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias que hoje está em 11 países de quatro continentes que 100 anos após a morte da fundadora continuam como “prolongamento do seu carisma evangelizador”.
A aprovação das Constituições da congregação aconteceu cinco meses antes da morte da religiosa, a 8 de maio de 1916, por D. António Pereira Ribeiro.
D. António Carrilho sublinhou também, citando o número cinco das constituições, que os pobres a quem a religiosa procurava ajudar, “em vista da sua promoção humana e espiritual”, eram todos os necessitados, fossem pobres “de pão ou de cultura, de amor ou de saúde, de justiça, de fé ou de esperança”.
A Igreja Católica reconheceu as virtudes heroicas da irmã Mary Jane Wilson ao declará-la como Venerável e agora esperam a sua beatificação.
Na homilia da celebração deste domingo na Catedral, o bispo do Funchal pedido que rezem à Senhora das Vitórias: “Para que o desejado e necessário milagre venha em breve trazer-nos essa grande alegria.”
A “Boa Mãe” chegou ao Funchal aos 40 anos de idade e faleceu com 76 anos no convento de São Bernardino, em Câmara de Lobos, no dia 18 de outubro de 1916, onde estava com o propósito de criar uma escola de formação e orientação vocacional para rapazes, em ordem à sua eventual entrada no seminário diocesano, explicou D. António Carrilho, na homilia publicada no sítio online da diocese.
A religiosa, filha de pais ingleses, nasceu na Índia, a 3 de outubro de 1840 e após um percurso de vida que a fez converter-se do anglicanismo ao catolicismo, assumiu o nome de irmã Maria de São Francisco; Recebeu o batismo em França, em 1874, e chegou à Madeira em maio de 1881, como enfermeira de uma doente inglesa.
CB