D. Nuno Brás presidiu à Solenidade de São Tiago Menor, padroeiro da cidade e da Diocese do Funchal

Funchal, Madeira, 01 mai 2025 (Ecclesia) – O bispo do Funchal afirmou hoje que a cidade funchalense “proclama ao mundo inteiro” que a chave para entender a realidade “não é conflito mas o amor”, Missa da Solenidade de São Tiago Menor.
“Celebramos hoje o Padroeiro da nossa cidade e da nossa Diocese, S. Tiago Menor. Num momento de aflição, os nossos antepassados confiaram-lhe a guarda da cidade. Tomemos, também nós, consciência da nossa tarefa de procurar construir uma cidade cada vez mais humana”, disse D. Nuno Brás, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.
“De construir uma cidade onde viver na Presença de Deus, no seu temor, possa ser um dom e uma felicidade — uma cidade que, já neste momento, nos faça saborear antecipadamente a felicidade eterna do Céu”, acrescentou na homilia da Missa que presidiu na igreja de Santa Maria Maior.
D. Nuno Brás, na Solenidade de São Tiago Menor, afirmou que a cidade do Funchal “proclama ao mundo inteiro” que a chave para entender a realidade “não é conflito mas o amor; não é o indivíduo mas a comunidade trinitária de Deus, princípio e fim de tudo”.
“De um modo particular, os pobres e mais necessitados são uma presença de Deus que clama, que nos convida a olhar para o outro, a deixarmos o egoísmo do pecado e a olhar decididamente o “nós” da salvação”, realçou.
O bispo do Funchal explicou que discernir a “presença divina, é dom do Espírito Santo e tarefa principal do cristão”, e referiu que percebem a “presença divina (a Presença de um Outro, de uma realidade infinitamente maior)” através de sinais, de ‘vestígios’ — “umas vezes por meio de realidades surpreendentes e admiráveis, outras no meio do quotidiano, quase na banalidade do existir”.
“Darmo-nos conta dela muda o nosso modo de viver: uma coisa é viver despreocupado, procurando sugar o máximo de cada momento da existência; outra é viver na Presença de Deus, na alegria que ela sempre causa em nós, e percebendo que cada escolha da nossa liberdade se encontra cheia de consequências também para a nossa relação com Deus”, salientou.
Na capital madeirense, o bispo católico identificou vários “testemunhos da Presença divina”, os mais evidentes são as inúmeras igrejas, dos miradouros distinguem, “com facilidade, um bom número de campanários que falam da Presença de Deus”, no “anfiteatro citadino” da cidade madeirense, ou em alguns nomes de ruas, mas também em montras da cidade, com “pequenas imagens de Jesus, de Nossa Senhora, de algum santo em quem se procura proteção”, a presença da cruz em tantos recantos, sem esquecer as “celebrações do nascimento do Senhor”, no Natal.
“Olhando para estes sinais, percebemos claramente como os funchalenses, desde sempre, quiseram viver na Presença de Deus, procurando a Sua proteção e acolhendo as Suas correções. Mas estes são, apenas, sinais menores. Muito mais importantes são aqueles outros sinais vivos da Presença de Deus: a Eucaristia, as pessoas, as famílias, os lares onde se respira a presença de Jesus. Se virmos bem, a própria cidade é, em si mesma, enquanto vida comunitária, entreajuda fraterna, Presença de Deus no meio do mundo”, desenvolveu D. Nuno Brás, que, a partir das leituras escutas na celebração, explicou que “o temor de Deus é importante quando é dom do Espírito Santo”.
A cidade do Funchal cumpriu hoje o seu voto anual a São Tiago Menor, A homenagem remonta a 1521 e invoca a proteção do santo, aquando do ciclo de peste no Funchal que dizimou centenas de madeirenses, tendo as autoridades camarárias e religiosas de então entregue a guarda da saúde dos habitantes da cidade a São Tiago Menor.
Como “sinal de gratidão” fez-se a promessa de construir uma igreja em sua honra e fazer uma procissão que, denominada como o ‘Voto de São Tiago’, realizada no dia 1 de maio, a data em que a Igreja celebrava a festa litúrgica de São Tiago Menor, antes da reforma litúrgica (atualmente a 3 de maio).
CB