Funchal: Bispo convida a viver Quaresma como «oportunidade de conversão ao amor»

D. Nuno Brás presidiu à celebração das Cinzas, na Sé do Funchal, na Madeira, e apelou a não perder o tempo que Deus oferece

Funchal, Madeira, 06 mar 2025 (Ecclesia) – O bispo do Funchal desafiou a diocese a viver a Quaresma como “oportunidade de conversão ao amor”, na homilia da Quarta-Feira de Cinzas, na Catedral madeirense.

“A Quaresma é-nos proposta como ‘tempo de graça’. Como mais uma oportunidade de conversão ao Amor. Como exercício, treino, para dilatarmos o coração empedernido, para abrirmos as mãos ao próximo, para jejuarmos de tanto egoísmo”, afirmou D. Nuno Brás, numa intervenção citada pelo ‘Jornal da Madeira’.

A Quarta-Feira de Cinzas assinala o início da Quaresma, período de 40 dias (a contagem exclui os domingos) marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (em 2025, no dia 20 de abril).

Segundo o bispo diocesano, este período de preparação para a Páscoa, vivido no meio do Jubileu 2025, “é, de verdade, um tempo de graça e de salvação”.

“Vivemos momentos decisivos para a história do mundo: os manuais de história dirão que houve um mundo antes e um depois da pandemia; um mundo antes e um depois da guerra na Ucrânia; um mundo antes e um depois da Inteligência Artificial…”, assinalou.

D. Nuno Brás destacou o tempo como a oportunidade que Deus oferece para cada um responder “à Sua iniciativa – mesmo para aqueles que não acreditam na Sua existência”, realçando que “sem o ser humano e sem a sua resposta a Deus, não existiria tempo”.

“O tempo é a nossa resposta a Deus, resposta que damos no decorrer da nossa existência como seres humanos e como humanidade”, sublinhou.

O bispo diocesano enfatizou que o tempo existe para que cada um e todos possam “proclamar a grandeza, a bondade, a beleza do Deus que é Amor”.

“Mas cada um de nós tem consciência de que nem sempre isso acontece na nossa vida e na vida desta nossa humanidade. Nem é necessário acedermos às notícias do telejornal ou às redes sociais. Basta deixarmos que o Amor de Deus nos ilumine, para nos darmos conta de como estamos distantes, como tantas vezes o nosso egoísmo leva a melhor sobre a nossa liberdade”, indicou.

No final da homilia, D. Nuno Brás evocou a celebração da Páscoa, que desde o início é “vivida como centro aglutinador da vida cristã” e que trouxe em primeiro lugar a preparação próxima dos catecúmenos que iam ser batizados na Vigília Pascal, depois a “preparação daqueles que, tendo pecado gravemente, pediam para ser readmitidos na comunhão da Igreja”, e, por fim, “a peregrinação de todos, a preparação de toda a comunidade para as celebrações pascais”.

“A Páscoa traz consigo a exigência de uma nova humanidade, é princípio de uma nova criação, de uma identificação cada vez maior com Cristo ressuscitado em todas as dimensões da nossa vida, de uma transformação gloriosa de toda a realidade criada”, disse.

De acordo com o bispo, “uma Quaresma vivida no Ano da Graça que é este Jubileu, é, de verdade, ‘tempo favorável’”.

“Não percamos o tempo que Deus nos oferece. Não desperdicemos os dias, as horas, os segundos. Conscientes de que o Amor divino é “a chave” de toda a nossa existência e da existência do mundo, não percamos tempo: convertamo-nos a esse Amor; deixemo-nos “vencer” e transformar por Ele; proclamemos as suas maravilhas”, apelou.

Depois da homilia, seguiu-se a imposição das Cinzas aos fiéis que encheram a Catedral do Funchal na Eucaristia, após serem benzidas pelo bispo diocesano.

As cinzas são obtidas através da queima dos ramos usados no Domingo de Ramos do ano passado.

LJ/OC

Quaresma: «Esperança não é um sonho porque Jesus ressuscitou» – D. Nuno Brás

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