«Quando tudo parece desabar; olhando para a cruz de Jesus percebemos que Deus está connosco» – D. Nuno Brás
Funchal, 08 out 2022 (Ecclesia) – O bispo do Funchal presidiu hoje à Festa do Senhor dos Milagres em Machico e explicou que quando olham para a cruz percebem que “no sofrimento e na dor, cada um e todos”, tem a companhia de Deus.
“Quando tudo parece desabar; quando os nossos projetos parecem evaporar-se; quando todos nos abandonam e tudo parece estar contra nós, olhando para a cruz de Jesus percebemos que Deus está connosco e permanece connosco, fazendo seu, partilhando o nosso sofrimento e a nossa dor”, disse D. Nuno Brás, na Missa na igreja matriz de Machico.
Segundo o bispo do Funchal, na homilia enviada à Agência ECCLESIA, quando olham para a cruz percebem que “no sofrimento e na dor, cada um e todos”, têm a companhia de Deus, e realçou que “é diferente viver um momento de dor na solidão ou vivê-lo acompanhado por Deus”: “Quantas forças nos oferece esta companhia divina! Quantas energias faz surgir em nós!”
“Como podemos ser salvos por olhar para um crucificado? Como pode um homem morto dar-nos a vida? Como pode um crucificado, derrotado e condenado, ser vida para o mundo?”
Neste contexto, D. Nuno Brás lembrou que “muitos foram os crucificados no tempo do Império romano” e ao longo de toda a história, sendo “a morte de cruz o modo mais horrível para dar a morte a um condenado”.
“E muitos foram os inocentes e os bons que morreram numa cruz. Mas apenas a cruz de Jesus nos salva — a nós e ao mundo inteiro. Nela, Deus experimenta o mais baixo do existir humano”, acrescentou, nesta celebração na véspera da Festa do Senhor dos Milagres.
O bispo do Funchal salientou que, como os antepassados, querem “olhar para este Senhor dos Milagres”, a cruz que parecia “ter sido irremediavelmente arrastada e destruída” pela aluvião de 1803, mas que “insistiu em permanecer”.
“Na cruz de Jesus, vemos, desde logo, um homem. Um homem justo, sem pecado. Não cometeu crime algum. Não praticou a injustiça. Nele não habitou nunca o pecado. Ao longo da Sua vida, defendeu a verdade, proclamou o caminho do amor. Tornou-se um exemplo para todos.”
A imagem do Senhor na Cruz percorreu as principais ruas de Machico transportada numa barca, à luz das velas e dos archotes dos pescadores, w quando chegou à igreja foi retirada e levada para junto do altar.
Segundo o programa divulgado pela Paróquia de Machico, esta celebração começou com a procissão com archotes, da capela dos Milagres para a igreja matriz; Este domingo, 9 de outubro, a Missa da Festa do Senhor dos Milagres é presidida pelo monsenhor Saturino Gomes, às 15h00, seguindo-se a procissão de regresso para a capela.
CB