D. Nuno Brás destacou importância dos catequistas e que Deus «insiste em vir ao encontro» de cada um

Porto Moniz, Madeira, 06 out 2025 (Ecclesia) – O bispo do Funchal afirmou que a catequese é “essencial, não apenas à vida da Igreja” na diocese, “como à vida de toda a sua sociedade”, no Jubileu dos Catequistas, celebrado este domingo no Porto Moniz.
“Precisamos cada vez mais de catequistas que não ajudem apenas os nossos jovens a portar-se bem, mas que os ajudem a ter fé, a viver a fé, a corresponder ao amor que Deus lhes tem. Que sejam para eles testemunhas da fé”, disse D. Nuno Brás, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.
No Jubileu dos Catequistas da Diocese do Funchal, o seu bispo diocesano acrescentou que precisam de catequistas que “ajudem os jovens não apenas a desenrascar-se, a serem conhecedores da ciência e da técnica (para isso existe a escola, e fá-lo tão bem!), mas a serem capazes de viver com Deus e à luz de Deus”.
Hoje, damos particularmente graças pelos nossos catequistas, pelos grupos de catequese que funcionam em todas as paróquias da nossa Diocese, pelas crianças e pelos jovens que os frequentam. Pedimos ao Senhor a graça de que cada encontro de catequese seja um encontro de fé, que aumente a fé de todos.”
A partir das três leituras proclamadas na celebração, do XXVII Domingo do Tempo Comum (C), D. Nuno Brás explicou que as Palavra de Deus convida “à fé”, e a fé é a “resposta à iniciativa que Deus toma de vir ao encontro” das pessoas.
“Sim: Deus procurou a humanidade, veio ao seu encontro nos profetas e nos acontecimentos do Antigo Testamento e, sobretudo, veio ao nosso encontro quando, esquecendo a sua condição divina, se fez Homem em Nosso Senhor Jesus Cristo (Filp 2,6-11)”, explicou.
Hoje, indicou D. Nuno Brás, “Deus continua a vir ao encontro de cada um”, através da mãe que “levou pela primeira vez à Missa e que rezou para que o filho que trazia no ventre nascesse saudável e fosse um bom cristão”, vem através dos nossos amigos e familiares que “deram o testemunho de quem olha e percebe os acontecimentos da vida à luz de Deus”, e vem também até cada um “por meio da Igreja, da comunidade paroquial”, e de um “modo particular, através dos catequistas, verdadeiros pilares da fé”, para além dos “acontecimentos do mundo e da vida, e tantos outros, sempre surpreendentes”.
“Não eram tolos nem simplórios os nossos antepassados madeirenses quando olhavam tudo o que viviam e lhes acontecia à luz da fé, quer dizer: à luz do seu encontro com Deus. Podiam ser analfabetos; podiam não ter recursos nem cursos académicos; podiam não ter feito nenhuma viagem ao estrangeiro. Mas tinham a sabedoria da fé, a sabedoria do coração!”
Segundo D. Nuno Brás, foi essa sabedoria que os tornou resilientes, que lhes deu “a coragem de lutar e de construir”, de transformar a rudeza da orografia da Ilha “num lugar aprazível, e destacou a construção das levadas ao cultivo da cana-de-açúcar e da banana, “com sacrifício e luta”, desde o sofrimento à alegria da festa, “desde o individualismo egoísta” em que todos nascem, “ao cuidado do próximo e à entreajuda”.
O bispo do Funchal referiu que os madeirenses eram “(quase podíamos dizer: por natureza) cristãos, mesmo antes do seu nascimento”, porque a fé fazia parte do seu dia a dia, em tudo procuravam “perceber e fazer a vontade de Deus”, mas, hoje, parece que se perdeu “muito desta capacidade de lutar e de construir com Deus”.
No Jubileu dos Catequistas, , do Ano Santo 2025 da esperança, o responsável diocesano sublinhou que Deus “insiste em vir ao encontro”, alertou que sem Deus, estarão “condenados à velhice do pecado”, por isso, a catequese “é tão essencial, não apenas à vida da Igreja” na diocese, “como à vida de toda a sua sociedade”.
CB/OC