Centenário da morte do beato que faleceu na ilha da Madeira vai ser celebrado até 21 de outubro de 2023
Funchal, Madeira, 01 abr 2022 (Ecclesia) – O bispo do Funchal apresentou hoje o Beato Carlos da Áustria como um “exemplo e intercessor”, evidenciando os seus esforços de paz, “num tempo em que a guerra invade a Europa”.
“Um historiador contemporâneo diz que, depois de ter assumido a chefia do Império, Carlos estava “obcecado” por fazer a paz. “O Imperador da paz” — assim era conhecido. Um Imperador que procurava fazer a paz; mas também um Imperador que “respirava” uma paz interior que apenas podia surgir de Deus”, explicou D. Nuno Brás na eucaristia que assinalou hoje, na Sé, os 100 anos da morte do antigo imperador.
Carlos I da Áustria foi beatificado pela Igreja católica em 2004, por São João Paulo II.
Os restos mortais do Beato Carlos da Áustria, falecido na ilha da Madeira, estão na igreja de Nossa Senhora do Monte, local que até 21 de outubro de 2023, será “local de misericórdia”.
D. Nuno Brás falou num exemplo de quem procurou “a fidelidade a Deus e aos compromissos que Deus lhe confiara”.
“(O Beato Carlos) mostra-nos como ser cristãos, católicos no nosso mundo: inspira-nos devoção, fidelidade a Cristo, obediência à Igreja nossa Mãe; mostra-nos como nos alimentarmos da Eucaristia; como devemos rezar e ter devoção à Virgem Maria; como cuidar da família no meio de tantas ocupações; como amar o próximo e cuidar dos mais fracos; como sermos construtores da paz nos nossos dias”, indicou.
O responsável admitiu que “aos olhos de muitos”, Carlos da Áustria, pode ter sido um “perdedor”, uma vez que os seus “esforços pela paz não foram bem-sucedidos”, mas a sua procura da “forma de Cristo” na sua vida, focada “na Eucaristia e na oração”, fê-lo descobrir “a armadura de Deus”.
“Revestiu-se a si mesmo com ela. Foi a Eucaristia que lhe deu forças na luta pela paz — uma luta, realmente travada contra os «dominadores das trevas». Seja o Beato Carlos, neste nosso tempo e cem anos depois da sua morte, um exemplo de existência construída sobre a Palavra de Deus, e um intercessor na procura e na construção da paz”, sublinhou.
D. Nuno Brás quis ainda lembrar a “que a Serva de Deus Zita”, “guardiã do corpo do Bem-aventurado Carlos”, cuja vida foi conduzida sob a certeza “ «Sem a fé, teria sido impossível» ”.
Esta quinta-feira decorreu, na Sé do Funchal, um concerto da Orquestra Clássica da Madeira em homenagem ao centenário da morte do Beato Carlos, último rei da Hungria e Imperador da Áustria, promovido pela Embaixada da Hungria em Lisboa.
O livro «Carlos e Zita de Habsburgo: Itinerário espiritual de um casal» foi também apresentado esta quarta-feira, na igreja do Colégio, onde esteve presente a autora Elizabeth Montfort, D. Nuno Brás e Henrique Mota, da editora Lucerna.
A apresentação da obra, indica o Jornal da Madeira, foi feita pelo arquiduque Miguel de Habsburgo, familiar do imperador Carlos, que frisou o desejo de “alcançar a paz”.
A exposição temporária «Carlos de Áustria – Centenário do falecimento do imperador» está disponível no Museu de Fotografia da Madeira- Atelier Vicente’s até ao dia 22 de abril, reunindo “imagens captadas pelos Perestrellos Photographos entre 1921 e 1922, por ocasião da estada de Carlos de Habsburgo (1887-1922) e família” na nossa ilha da Madeira.
LS