Funchal: «A ressurreição oferece-nos todos os motivos para esperar», afirma D. Nuno Brás

Bispo diocesano presidiu à celebração da Vigília Pascal, durante a qual cinco adultos receberam todos os sacramentos de iniciação cristã e dois familiares receberam o Crisma

Funchal, Madeira, 19 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo do Funchal, D. Nuno Brás, refletiu hoje, na Missa da Vigília Pascal, sobre a atitude de vigiar, que os cristãos assumem enquanto esperam pela vinda do Senhor.

“Estamos acordados, vigilantes, como quem espera. Vigiamos porque esperamos: esperamos o Senhor, e esperamos no Senhor. A ressurreição oferece-nos todos os motivos para esperar”, afirmou D. Nuno Brás, na homilia da Eucaristia, enviada à Agência ECCLESIA.

Na noite mais importante do calendário católico, o bispo recordou os discípulos que estavam vigilantes quando lhes apareceu a notícia da ressurreição, ao contrário do que sucedera no Jardim das Oliveiras, quando um sono se apoderou deles, e não foram capazes de vigiar com o Senhor.

O bispo do Funchal destacou que “vigiar é a atitude da sentinela: no meio da no meio da noite, procura prevenir os ataques inimigos, ao mesmo tempo que aguarda a luz da aurora, quando o novo dia a tudo oferece visão e segurança”.

Segundo o bispo diocesano, vigiar “é, igualmente, a atitude daquele que quer estar disponível em qualquer momento para o que vai suceder”, ou seja, “permanecer acordado é condição para o dia que aí vem”.

“É o nosso estado quando sabemos que uma boa notícia vai chegar, e nem conseguimos fechar os olhos”, indicou.

Na homilia, intitulada “Vigiamos porque esperamos”, D. Nuno Brás fez referência aos “cristãos que, pelo mundo inteiro, celebram esta vigília” e querem “estar vigilantes”, desejando que esta seja a atitude ao longo da vida.

“Queremos estar vigilantes sobre o mal e o pecado que nos cercam. Mas queremos, sobretudo, permanecer vigilantes porque a notícia da ressurreição nos impede o sono: a sua luz vence a escuridão; a energia que dela surge impede a tranquilidade do descanso”, realçou.

De acordo com o bispo, os cristãos não se querem “deixar adormecer”, correndo o risco de o Senhor vir ao seu encontro e passar por eles sem O encontrarem, e de o mundo passar por eles e perderem a ocasião para lhe anunciar a notícia da ressurreição.

Sublinhando que esta é a vigília da Páscoa, D. Nuno Brás referiu que hoje “não é ainda o dia da última vinda do Senhor”, todavia “o anúncio de que Jesus venceu a morte” dá ao tempo atual “um carácter diferente”.

“Outrora, a humanidade apenas podia desejar, sonhar, com a vida para sempre; depois, a partir do que sucedeu no Mar Vermelho, Moisés e os Profetas podiam entrever uma vitória de Deus e do seu povo. Mas hoje, ao nosso coração, ressoou uma feliz notícia: Jesus ressuscitou vitorioso do túmulo!”, assinalou.

O bispo diocesano salienta que este acontecimento do passado oferece viver dos cristãos uma garantia de Vida Eterna: “Podemos viver a esperança, podemos viver na esperança, podemos ser ‘peregrinos de esperança’”.

“Numa noite de Páscoa, o Senhor virá: não vem porque é Páscoa, mas será Páscoa quando Ele vier”, frisou, acrescentando que, com a sua luz, “iluminará definitivamente a vida de todos e do mundo inteiro, e não mais se fará noite”.

“Com a sua Palavra, dará o sentido verdadeiro e definitivo a tudo o que existe e a todos os acontecimentos da história. Seremos, então, julgados pelo amor. Não tenhamos dúvidas: essa primeira palavra da criação será também a última a ser pronunciada”, disse o bispo, na Sé do Funchal.

D. Nuno Brás convidou a celebrar com Cristo os seus sacramentos: “eles unem-nos ao momento da sua vitória, e antecipam aquele dia pelo qual esperamos — o dia em que a ressurreição de Cristo colocará um ponto final à transformação do mundo inteiro, de todo o universo”.

Até lá, D. Nuno Brás exortou a permanecer “na alegria de quem vigia”, para que esse dia não apanhe todos “distraídos ou sonolentos”.

“Permaneçamos na alegria de quem, vigilante, transforma com a luz da Páscoa tudo o que se encontra a sua volta, o mundo inteiro. Assim, poderemos confiadamente acolher o Senhor quando Ele vier, e escutar dele o convite a participar nas Bodas do Cordeiro”, concluiu.

Durante a Vigília Pascal, principal e mais antigo momento do ano litúrgico, o bispo administrou todos os sacramentos de iniciação cristã a cinco adultos preparados pelas paróquias da Nazaré, Coração de Jesus (Boa Nova) e sacerdotes Vicentinos; dois adultos familiares dos catecúmenos receberam também o sacramento do Crisma.

LJ

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