Frei Manuel do Cenáculo e a comunidade ilustrada

O Centro de Estudos de História Religiosa da UCP estabeleceu um protocolo de colaboração com a Câmara Municipal de Santo Tirso e o Departamento de História da Universidade do Minho para o lançamento de um projecto sobre «História e Memória Local».

Em 2009/2010 está em curso o Seminário «Cidadania, Religião e Comunidade». As sessões têm lugar no Centro Cultural Vila das Aves. A próxima será hoje (dia 30 de Janeiro), onde Márcia Oliveira abordará “A comunidade ilustrada na segunda metade do século XVIII: Frei Manuel do Cenáculo e o seu universo de correspondentes”.

Dados biográficos
D. Frei Manuel do Cenáculo viveu em Portugal entre 1724 e 1814 sendo uma figura de relevo da cultura portuguesa do século XVIII. Vestiu o hábito franciscano, ingressando na Ordem Terceira da Penitência e partiu para Coimbra em 1740, onde estudou no colégio franciscano de S. Pedro e na Faculdade de Teologia da Universidade. Em meados do século deslocou-se a Roma para assistir ao Capitulo Geral dos Franciscanos, momento em que se terá consciencializado da orientação iluminista que se reflectirá na sua obra.

Ao longo dos seus noventa anos de vida desempenhou numerosos cargos de destaque, tais como os de Provincial da Ordem Terceira, Preceptor do Príncipe da Beira, Presidente da Junta de Providência Literária, Presidente da “Real Meza Censória”, Bispo de Beja, Arcebispo de Évora, entre vários outros.

Figura “incontornável” da sua época, Cenáculo matizou a sua obra com uma orientação iluminista que se manifestou em múltiplos anfiteatros. Tendo-se apercebido dos progressos científicos e literários da época, consciencializou-se da importância de fazer reformas e reorientar os estudos, tendo sido um importante colaborador do Marquês de Pombal neste domínio. Mas o seu trabalho não se confinou às mudanças nos Estudos, cedo tomou consciência da importância das Bibliotecas, que encarou não como meros “repositórios” de livros, mas como um local de “criação de saber”.

Dedicou muito do seu tempo à promoção/criação de Bibliotecas. Encara os livros como objectos de difusão de saber, e não obstante a sua actividade censória, que claramente colocava limites ao acesso aos livros, preocupou-se em criar Bibliotecas abertas ao Público, de modo a contribuírem para a propagação do saber proporcionado pelos livros.

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