Irmã Nelly León Correa recebe galardão juntamente com cirurgião cardiovascular egípcio Sir Magdi Yacoub e as duas principais organizações islâmicas indonésias
Cidade do Vaticano, 02 fev 2024 (Ecclesia) – A religiosa Nelly León Correa, conhecida no Chile como “mãe das reclusas”, é uma das vencedoras da quinta edição do Prémio Zayed, anunciaram hoje os promotores da iniciativa, em Abu Dhabi.
A iniciativa distingue pessoas e organizações que contribuem para “o progresso da humanidade e da coexistência pacífica”, na linha do Documento sobre a Fraternidade Humana, assinada em 2019, pelo Papa e o grande-imã de Al-Azhar.
A irmã Nelly León Correa recebe o galardão de 2024 juntamente com cirurgião cardiovascular egípcio Sir Magdi Yacoub e as duas principais organizações islâmicas indonésias, Nahdlatul Ulama e Muhammadiyah.
Conhecida como “Madre Nelly”, a religiosa chilena da Congregação do Bom Pastor é presidente e cofundadora da Fundação ‘Mujer Levántate’ (Levanta-te, mulher) e assiste, há mais de 25 anos mulheres presas, oferecendo apoio e formação, informa o portal de notícias do Vaticano.
A religiosa espera que este prémio seja um incentivo para que “cidadãos, políticos e líderes de opinião se sintam responsáveis e comprometidos em contribuir para a reintegração das mulheres, da sua dignidade, dos seus sonhos, esperanças e desafios”.
O cardeal Leonardo Sandri, prefeito emérito do Dicastério para as Igrejas Orientais, disse ao ‘Vatican News’ ter ficado impressionado com o elevado número de candidaturas apresentadas em todo o mundo.
“É bom saber que existem tantas pessoas e associações comprometidas com a promoção da dignidade humana. aqueles que escolhemos trabalham, todos, com o impulso que lhes vem da presença de Deus no mundo e nas pessoas”, observou.
Com uma resolução especial, as Nações Unidas declararam o dia 4 de fevereiro como o”Dia Internacional da Fraternidade Humana, em referência à data da assinatura histórica do “Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e da Convivência Comum”, em Abu Dhabi.
“Pedimos a todos que deixem de usar as religiões para incitar o ódio, a violência, o extremismo e o fanatismo cego, e que se abstenham de usar o nome de Deus para justificar atos de assassinato, exílio, terrorismo e opressão”, refere o documento, firmado em 2019 pelo Papa Francisco e o grande imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb.
Al-Azhar é a mais conceituada instituição teológica e de instrução religiosa do Islão sunita no mundo e a mais antiga universidade islâmica, tendo sido construída em 969.
Católicos e muçulmanos assumem que as religiões “nunca devem incitar a guerra, atitudes de ódio, hostilidade e extremismo”, nem devem incitar à violência ou ao derramamento de sangue.
No documento apela-se ao reconhecimento e implementação do conceito de “cidadania plena”, considerando “essencial” que as mulheres tenham direito à educação e ao emprego e liberdade de “exercer os seus próprios direitos políticos”.
OC