Cardeal Krajewski presidiu a Missa em Santa Marta, recordando atenção aos mais pobres
Cidade do Vaticano, 21 mai 2025 (Ecclesia) – O Vaticano assinalou hoje o primeiro mês do falecimento do Papa Francisco, com imagens e testemunhos de crianças, pessoas sem-abrigo e amigos do pontífice argentino.
O portal ‘Vatican News’ apresenta desenhos de oito crianças da quarta classe da escola de San Martino in Badia, na província de Bolzano (Itália), com um “adeus” ao Papa falecido a 21 de abril, e um “vemo-nos no Paraíso”, escrito entre um sol e uma nuvem, sobre um coração vermelho.
O jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, oferece o relato de Fabrizio Salvati, um sem-abrigo que relata um encontro com Francisco e recorda a sua ajuda constante aos que vivem na rua – que abriu um espaço específico na publicação, ‘L’Osservatore di Strada’: “Colaborar neste jornal devolveu-me um papel, existencial e social, que eu tinha perdido”.
Os relatos vão da América Latina à África profunda, com evocação particular da ‘Cidade da Amizade’ de Akamasoa, nos arredores de Antananarivo, capital de Madagáscar, visitada por Francisco em 2019.
O missionário argentino Pedro Opeka lembra que, no dia da visita do Papa, “convenceu os responsáveis pela segurança a não colocar barreiras na sala da Cidade da Amizade”, com mais de 8 mil crianças.
“A despedida que o mundo inteiro deu ao Papa Francisco foi um testemunho eloquente do respeito que ele conquistou através da sua humildade e honestidade”, refere, por sua vez, Abraham Skorka, rabino emérito do Seminário Rabínico Latino-Americano de Buenos Aires e amigo de Jorge Mario Bergoglio.
No Vaticano, o cardeal Konrad Krajewski, esmoler pontifício, presidiu à Missa na Casa de Santa Marta, recordando um homem de oração e de grande atenção a quem mais sofre: “Jesus identificava-se com os pobres e ele queria tocar Jesus na pobreza”.
O responsável da Cúria Romana comentou a decisão do Papa Francisco de ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, num túmulo que apresenta apenas o nome escolhido para o pontificado, “Franciscus”.
“Alia está a teologia que diz respeito ao sacerdote, nós devemos ser pobres porque Jesus era pobre”, acrescentou.
O cardeal polaco contou como aconteciam os encontros de pessoas pobres e em situação de sem-abrigo com Francisco, antes de cada viagem: “Circulava à volta da Basílica e convidada aqueles que acabavam de acordar. Perguntava-lhes se queriam tomar um café e trazia-os aqui, ao Papa”.
“Sinto falta do seu sorriso. Sinto falta das suas piadas. Sinto falta das suas indicações muito simples, que permanecerão para toda a vida”, completou.
Esta manhã, Leão XIV recordou o seu antecessor, durante a primeira audiência geral do pontificado, que decorreu na Praça de São Pedro.
“Não podemos concluir este nosso encontro sem recordar, com tanta gratidão, o amado Papa Francisco, que há um mês regressou à casa do Pai”, disse.
OC