Caixão vai ser trasladado para a Basílica de São Pedro na manhã de quarta-feira
Cidade do Vaticano, 22 abr 2025 (Ecclesia) – O Vaticano anunciou hoje que o funeral do Papa Francisco vai ser celebrado este sábado, pelas 10h00 (menos uma em Lisboa), no adro da Basílica de São Pedro.
A Missa tem presidência do cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, segundo previsto no ritual das exéquias pontifícias, ‘Ordo Exsequiarum Romani Pontificis’ (82-109), naquele que é considerado o primeiro dia do “novendiales”, período de luto que se prolonga durante nove dias.
A notificação do Departamento das Celebrações Litúrgicas da Santa Sé acrescenta que, no final da celebração eucarística, term lugar o rito da ‘Ultima Commendatio’ (última encomendação) e da Valedictio (adeus); o féretro do será levado para o interior da Basílica de São Pedro e daí para a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para a sepultura.
Esta manhã, a Santa Sé divulgou as primeiras imagens do velório do Papa, na Capela da Casa de Santa Marta, onde o corpo vai permanecer até à sua trasladação para a Basílica de São Pedro.
Francisco faleceu esta segunda-feira, aos 88 anos de idade e após mais de 12 anos de pontificado, na sequência de um AVC.
As imagens em vídeo e fotografia dizem respeito ao rito da constatação da morte, na capela da Casa de Santa Marta, na última noite, com deposição imediata dentro do caixão, seguindo disposições explícitas do falecido pontífice.
Durante o rito, foi lida em voz alta a declaração de óbito.
O ato foi validado pelo cardeal camerlengo, D. Kevin Farrell e a cerimónia durou pouco menos de uma hora.
O Vaticano anunciou anda que o caixão vai ser trasladado para a Basílica de São Pedro às 09h00 (menos uma de Roma) desta quarta-feira, conforme previsto no ritual das exéquias pontifícias, ‘Ordo Exsequiarum Romani Pontificis’ (41-65).
Depois do momento de oração, presidido pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Santa Igreja Romana, a procissão passa pela Praça de Santa Marta e a Praça dos Protomártires Romanos, seguindo pelo Arco dos Sinos até à Praça de São Pedro, entrando na Basílica do Vaticano pela porta central.
“No Altar da Confissão, o cardeal camerlengo presidirá à Liturgia da Palavra, no final da qual têm início as visitas ao caixão do Romano Pontífice”, indica a nota do Departamento das Celebrações Litúrgicas da Santa Sé.



Francisco foi colocado num caixão de madeira forrado com veludo, usando mitra branca e paramentos vermelhos, com um rosário entrelaçado nas mãos.
A primeira congregação geral (reunião) dos cardeais está a decorrer esta manhã, com os membros do Colégio Cardinalício que já se encontram em Roma e os outros que conseguiram chegar à capital italiana nas últimas horas.
As exéquias vão ser celebradas durante nove dias consecutivos e a sepultura deve ter lugar, “salvo razões especiais, entre o quarto e o sexto dia após a morte”.
Antes da tomada de decisão foi lido o testamento do Papa Francisco, que deixa indicações para a sua sepultura na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
O ritual das exéquias pontifícias foi renovado pelo próprio Francisco, para responder a um desejo de maior simplicidade.
Entre as novidades introduzidas estão a constatação da morte já não no quarto do defunto, mas na capela; a deposição imediata dentro do caixão; a exposição à veneração dos fiéis do corpo do Papa já dentro do caixão aberto e a eliminação dos tradicionais três caixões – de cipreste, chumbo e carvalho.
A sepultura deve ter lugar, “salvo razões especiais, entre o quarto e o sexto dia após a morte”; segue-se o período do ‘novendiales’, as Missas em sufrágio do Papa defunto celebradas durante nove dias consecutivos, a partir da Eucaristia fúnebre.
As celebrações mantêm as três etapas clássicas: a residência do Papa falecido, a Basílica de São Pedro e o local da sepultura; a primeira transferência para o Palácio Apostólico foi eliminada.
Na Basílica do Vaticano, o corpo do Papa defunto é exposto diretamente no caixão e já não sobre um esquife alto; durante esta exposição, o báculo papal não será colocado ao lado do caixão, que é fechado na véspera da Missa fúnebre.
A terceira etapa, na Basílica de Santa Maria Maior, inclui a transferência do caixão para o túmulo e o enterro; esta é uma das quatro basílicas papais, em Roma, e foi o local escolhido pelo Papa Francisco para a sua sepultura, por causa da grande devoção a Nossa Senhora, em particular o ícone da ‘Salus Populina Romani’.
O último Papa sepultado em Santa Maria Maior foi Clemente IX, em 1669, encontrando-se também na Basílica os túmulos de Honório III, Nicolau IV, Pio V, Sisto V, Clemente VIII e Paulo V.
OC