Francisco: Governo de Portugal propôs três dias de luto nacional

Primeiro-ministro português evoca «Papa extraordinário»

Foto: JMJ Lisboa 2023

Lisboa, 21 abr 2025 (Ecclesia) – O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, lamentou hoje a morte de Francisco, um “Papa extraordinário”, evocando um “singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas”.

“As suas visitas a Portugal, no Centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima e na Jornada Mundial da Juventude, marcaram o nosso país e geraram uma ligação muito forte do povo português com Sua Santidade”, assinala a nota, divulgada na página do Governo.

Luís Montenegro apresenta as “mais sentidas condolências” do Governo de Portugal à Santa Sé e a todos os católicos do mundo, “entre os quais tantos milhões de portugueses”.

“A melhor forma de honrar o seu tributo será seguirmos no dia a dia, nas nossas diferentes atividades, os seus ensinamentos e o seu exemplo”, conclui a nota.

O Governo vai decretar luto nacional em memória do Papa, disse à Lusa fonte do gabinete do primeiro-ministro.

Francisco faleceu hoje, na Casa de Santa Marta, onde se encontrava em convalescença desde 23 de março, após um internamento de 38 dias no Hospital Gemelli, devido a problemas respiratórios.

Em conferência de imprensa, o primeiro-ministro de Portugal afirmou que o Papa é uma fonte de inspiração espiritual e humana, “e um defensor intransigente dos valores da paz, da igualdade, da justiça e de uma Igreja para todos, todos, todos”.

Luís Montenegro destacou o “gesto profundamente generoso e revelador da coragem e entrega sem limites que caracterizavam” Francisco, ao estar presente, neste domingo de Páscoa, na bênção Urbi et Orbi, e na Praça de São Pedro.

“Nenhuma imagem poderia resumir melhor o estilo pastoral, simples e direto, bem como o legado de profunda humanidade, de compromisso e proximidade com os mais pobres, com os indefesos e com os marginalizados. O Papa Francisco foi verdadeiramente o rosto sereno da fé”, acrescentou.

O primeiro-ministro português informou que o Governo de Portugal propôs ao presidente da República “que fossem decretados três dias de luto nacional”, que serão oportunamente confirmados, “de acordo e coincidindo com as cerimónias fúnebres”.

“Os portugueses e o mundo despedem-se do Papa Francisco com gratidão. O seu legado e a sua vida serão fonte de inspiração para gerações futuras, dentro e fora da Igreja”, afirmou Luís Montenegro.

Segundo o responsável político português, desde a eleição, a 13 de março de 2013, o Papa Francisco foi reconhecido por todas as fés e ideologias “como um líder espiritual autêntico, ecuménico, e comprometido com os desafios do mundo contemporâneo”, como o combate à pobreza, a preservação do planeta, e a promoção da inclusão, da justiça social e da paz.

“A sua mensagem foi sempre uma mensagem de esperança e um apelo à construção de pontes e não de muros. Também por isso, os portugueses se identificaram sempre tanto com o Papa Francisco numa relação de amizade e fraternidade recíprocas que iam para além das convicções religiosas e apelavam ao mais genuíno sentido de humanismo e solidariedade”, destacou ainda o primeiro-ministro de Portugal.

O anúncio foi feito pelo cardeal camerlengo, D. Kevin Farrell: “Queridos irmãos e irmãs, é com profunda dor que devo anunciar a morte do nosso Santo Padre Francisco. Às 07h35 desta manhã, o Bispo de Roma Francisco regressou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja”.

Também a Câmara Municipal de Lisboa manifestou “o seu mais profundo pesar”, falando de Francisco como “um líder espiritual cuja vida foi dedicada à paz, à justiça social e à defesa incansável dos mais vulneráveis”.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, deixa uma nota pessoal em nome da cidade.

“A morte do Papa Francisco deixa-nos uma imensa tristeza, mas também uma marca única de uma herança de humanidade, proximidade e coragem, que perdurará. Uma voz única, firme e de equilíbrio num mundo tantas vezes marcado pela indiferença. Um farol para milhões de crentes e não crentes, com a sua capacidade única de a todos convocar para os desafios em nome de um mundo melhor”, refere.

O comunicado lembra a passagem do Papa pela capital portuguesa, na JMJ 2023.

“A cidade recordará para sempre um Papa Francisco que foi um exemplo permanente de vida e de proximidade, com uma mensagem de paz, empatia e compaixão, que irá certamente continuar a inspirar gerações”, conclui o comunicado.

OC/CB

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