Francisco pode revolucionar a Igreja

Cardeal Saraiva Martins diz que existem «reformas urgentes» a fazer, como o reforço do diálogo entre as estruturas eclesiais

Paulo Rocha, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 15 mar 2013 (Ecclesia) – O cardeal português José Saraiva Martins acredita que o Papa Francisco é a escolha certa para unir a Igreja e promover as “reformas” necessárias a um melhor funcionamento das instituições católicas.

Em declarações prestadas hoje à Agência ECCLESIA, o antigo prefeito da Congregação para a Causa dos Santos sublinha que as primeiras intervenções do pontificado podem ser sinal de que o Papa argentino quer implementar “a revolução que o mundo espera da Igreja”, tal como “Francisco de Assis [c. 1181-1226] fez”.

O cardeal entende que há “algumas reformas bastante urgentes” e dá como “exemplo” a necessidade de existir “mais diálogo” entre o Papa e os diferentes órgãos eclesiais.

“Antes havia uma norma que obrigava os presidentes das congregações romanas a terem uma audiência pessoal com o Papa, uma vez por mês: seria uma coisa muito boa”, recorda.

O cardeal português descreve o sucessor de Bento XVI como um “homem extraordinário”, que “sempre” demonstrou ser “um grande pastor, como sacerdote e como bispo, e portanto vai ser um ótimo pastor como Papa também”.

No entender do cardeal de 81 anos, “o que a Igreja mais precisa” é de alguém “que esteja junto das suas ovelhas, do Povo de Deus” e o Papa argentino irá “estar sempre pertinho das suas ovelhas, para anunciar o Evangelho”.

O antigo arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, foi escolhido na quarta-feira como o novo Papa da Igreja Católica, depois de um Conclave que contou com a participação de 115 eleitores, incluindo dois português: o cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, e D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor da Santa Sé.

Na sua primeira aparição pública na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco – que escolheu o seu nome a partir de São Francisco de Assis (1181-1226) – apontou para a necessidade da Igreja trilhar “um caminho de fraternidade, de amor, de confiança.

Natural da Guarda, D. José Saraiva Martins está em Roma há mais de 50 anos, e integra estruturas da Santa Sé como a Congregação para os Bispos e a Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos.

Quanto ao futuro, o cardeal diz que vai continuar em Roma, segundo a indicação que recebeu da Santa Sé.

“Fiquei aqui porque o Papa me mandou, tive sempre como principio na minha vida eclesial nada pedir e nada recusar, e cá ficarei”, conclui.

PR/JCP

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Agência ECCLESIA

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