«A minha profunda tristeza é a mesma de um filho que perde a presença, mesmo que distante do seu pai», afirma cardeal português
Setúbal, 21 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal partilhou “profunda tristeza” pela morte do Papa, esta segunda-feira, e pede a Francisco que “ajude a construir este presente, tão atribulado, tão incerto”.
“Francisco, o homem em quem o mundo confiou e confia, o homem que o mundo respeita, o homem que o mundo lê, procurando em cada uma das suas palavras uma luz que nos ilumine, peço ao nosso amado Papa Francisco, que nos ajude a construir este presente, tão atribulado, tão incerto”, escreve D. Américo Aguiar, numa nota enviada à Agência ECCLESIA.
“Peço que nos ajude a sermos homens e mulheres de Paz, capazes de viver de uma forma mais simples, mais atenta aos pobres, mais amiga da nossa casa comum, como ele sonhou. Peço que nos ajude a sermos uma Igreja mais humilde, mais corajosa, mais pobre, como ele sonhou. Peço que me ajude a ser um Bispo mais próximo de todos, todos, todos, capaz de viver todos os dias do resto da minha vida, consciente da presença de Jesus Ressuscitado, ao meu lado, ao lado de todos, todos, todos.”
O Papa faleceu hoje, na Casa de Santa Marta, onde se encontrava em convalescença desde 23 de março, após um internamento de 38 dias no Hospital Gemelli, devido a problemas respiratórios, informou o Vaticano.
“A palavra morte é pequena para este momento. Prefiro falar de uma partida, de um filho que corre para os braços do Pai, de um irmão que se encontra em Cristo com todos os seus irmãos que já conhecem a eternidade”, acrescentou o bispo de Setúbal, que durante o período do último internamento de Francisco, esperou, rezou e pediu “a Deus que o conservasse, e “assim aconteceu, até esta última Páscoa”.
O cardeal D. Américo Aguiar recorda que, ao longo dos últimos 12 anos, caminhou para a Praça de São Pedro “em circunstâncias muito diferentes”, como “peregrino entre milhares, aguardando as palavras do seu Papa”, como bispo, escolhido pelo Papa, “para servir o povo de Deus”.

Foto: Ricardo Perna/JMJ Lisboa 2023
“Como Cardeal, surpreendido pelo gesto de amor e confiança do Papa Francisco, neste seu humilde servidor. Durante a preparação da JMJLisboa2023, foi o meu maior confidente, o amigo que me animou, que me deu forças e me revelou uma confiança que ainda hoje me comove”, desenvolveu o bispo de Setúbal, que foi o coordenador geral da Jornada Mundial da Juventude em Portugal, e recebeu o anel e o barrete cardinalícios de Francisco, no dia 30 de setembro de 2023, na Praça de São Pedro.
“A minha profunda tristeza é a mesma de um filho que perde a presença, mesmo que distante do seu pai.”
Na Sé de Setúbal, esta noite, pelas 21h30, há uma Eucaristia onde vão rezar “pelo muito querido Papa Francisco”.
O anúncio da morte do Papa foi feito pelo cardeal camerlengo, D. Kevin Farrell: “Queridos irmãos e irmãs, é com profunda dor que devo anunciar a morte do nosso Santo Padre Francisco. Às 07h35 desta manhã, o Bispo de Roma Francisco regressou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja”.
CB/OC