Francisco: Papa «deixou-nos o testemunho da simplicidade e da modéstia», afirma bispo de Santarém

D. José Traquina presidiu a Missa de Sufrágio, na catedral de Santarém, inspirando-se em exortações e encíclicas de Francisco

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Santarém, 25 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo de Santarém presidiu esta quinta-feira, na catedral da diocese, a uma missa de sufrágio pelo Papa Francisco, evocando o estilo simples e alguns documentos publicados durante o pontificado.

“O Papa Francisco deixou-nos o testemunho da simplicidade e da modéstia, a começar pelo nome que escolheu, Francisco, inspirando-se no Santo de Assis, e pela simplicidade como se apresentou no dia da sua eleição”, afirmou D. José Traquina, na homilia da Eucaristia, enviada à Agência ECCLESIA.

O bispo diocesano começou por lembrar a primeira exortação apostólica de Francisco, “Evangelli Gaudium” (A alegria do Evangelho), publicada em novembro de 2023, que caracteriza como “o documento programático do seu pontificado”.

“O Papa Francisco exorta a uma Igreja em saída, não fechada na sua autorreferencialidade. Uma Igreja com motivos de Festa, que vence o comodismo e o medo e vai promover o que tem para proporcionar: o encontro com Cristo, pela Palavra, pelos sinais e pela atenção aos mais pobres. Uma Igreja que faça a leitura da realidade e procura agir em resposta”, indica.

Em junho de 2015, Francisco lança a encíclica ‘Laudato Si’, na qual chama a “atenção para o planeta Terra que se encontra abandonado e maltratado”, assinala D. José Traquina e, em 2020, publica a ‘Fratelli Tutti’ (aos irmãos todos, em tradução livre), sobre a fraternidade e amizade social.

“[’Fratelli Tutti’] é o documento em que é valorizada a missão de todos aqueles que exercem responsabilidades sociais e políticas”, inspirado em São Francisco de Assis, refere.

Foto: Diocese de Santarém

D. José Traquina evocou ainda a última carta encíclica de Francisco, ‘Dilexit nos’ (amou-nos), publicada em outubro de 2024, sobre o amor humano e divino do coração de Jesus.

Neste texto, “o Papa Francisco introduz a necessidade da vida espiritual, considerando que é necessário voltar ao coração”, destaca.

“Louvemos ao Senhor pelo dom do ministério do Santo Padre, Papa Francisco, e roguemos para ele a participação na Casa do Pai e a recompensa pelo bem que realizou. Dai-lhe Senhor o eterno descanso!”, finalizou D. José Traquina.

O Papa Francisco faleceu aos 88 anos, na sequência de um acidente vascular cerebral (Ictus Cerebri), a que se seguiu um coma com “colapso cardiovascular irreversível”, esta segunda-feira, na Casa de Santa Marta, onde se encontrava em convalescença desde 23 de março, após um internamento de 38 dias no Hospital Gemelli, devido a problemas respiratórios, informou o Vaticano.

O funeral do Papa Francisco realiza-se este sábado, pelas 10h00 (menos uma em Lisboa), no adro da Basílica de São Pedro; a Missa tem presidência do cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, segundo previsto no ritual das exéquias pontifícias, ‘Ordo Exsequiarum Romani Pontificis’ (82-109), naquele que é considerado o primeiro dia do “novendiales”, período de luto que se prolonga durante nove dias.

LJ

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