Francisco: O Papa que «quer mudar o mundo» através da proximidade

Vaticanistas portugueses analisaram primeiro ano de pontificado

Lisboa, 11 mar 2014 (Ecclesia) – Octávio Carmo jornalista da Agência Ecclesia, considera que o Papa Francisco mostrou neste primeiro ano de pontificado que “quer mudar o mundo” e ajudar a Igreja a recuperar “o seu papel regenerador da humanidade”.

“O Papa mostrou neste primeiro ano que quer mudar o mundo, quer partir do local para o global, quer recuperar para a Igreja o seu papel regenerador da humanidade”, algo que mostrou por exemplo nos locais que visitou na Itália, onde “cada destino foi escolhido a dedo para mostrar problemas de imigração, problemas económicos, a pobreza: cada gesto que fez nesses momentos foram para mostrar e incitar a algo”, declarou.

A também vaticanista Aura Miguel disse por sua vez, durante a conferência ‘Francisco: Um Papa do fim do Mundo’, promovida pela Agência Ecclesia, Rádio Renascença e Universidade Católica Portuguesa (UCP) para assinalar o primeiro aniversário do pontificado, que “o Papa tem um estilo muito peculiar, é espontâneo, muito terra-a-terra, não tem papas na língua, vê-se que tem muita experiência e dá conselhos muito uteis e usa metáforas como Jesus para explicar algumas coisas”.

Octávio Carmo contou que muitas vezes, enquanto jornalista, tem de fazer um esforço para “travar a febre mediática à volta de pequenos acontecimentos para não deixar perder a mensagem que o Papa quer transmitir”.

“O estado de graça do Papa Francisco tem representado para algumas pessoas um estado de choque, porque para alguns católicos um Papa não se comporta assim e para outras pessoas, que nunca vão gostar de nenhum Papa, o entusiasmo à volta dele é incómodo”, disse.

O jornalista acredita que o Papa “é completamente genuíno no que faz e diz e que quer marcar o seu pontificado pela mudança” contrariando o que alguns dizem que é apenas “discurso mas que nada vai mudar”.

Para o chefe da redação da Agência Ecclesia a figura de Francisco “responde a uma necessidade de ter uma referência ética, mesmo para quem a não procura”, de tal forma forte que se torna “um Papa incontornável”, sendo que este último ano veio impor uma “simplificação do papado” algo que “é importante numa liderança espiritual”.

“Francisco mostra uma coerência total naquilo que é, faz e diz e essa é a maior lição do Papa”, concluiu.  

Já Aura Miguel, vaticanista da Rádio Renascença, enfatizou o facto de Francisco “estar a arrumar a casa, nas áreas económicas e administrativas” algo que mostra que “ele é alguém que sabe o que quer”.

Para a jornalista, a onda de entusiasmo à volta de Francisco vê-se por exemplo “todas as quartas-feiras quando milhares e milhares de pessoas se juntam para assistir às suas audiências”.  

A vaticanista portuguesa recorda as viagens de avião, em que participou, de e para o Rio de Janeiro aquando das Jornadas Mundiais da Juventude em julho de 2013, quando “Francisco se disponibilizou para responder a todas as questões e mostrou vontade em falar com todos os 74 vaticanistas presentes no avião”.

Aura Miguel lembra que Francisco é o Papa “popular, que prefere que gritem o nome de Jesus do que o dele próprio, alguém que não pode guardar para si a alegria do encontro pessoal que faz, experimenta e alguém que vive a ternura, a misericórdia e contagia todos à sua volta com a sua ternura. Ele propõe uma Igreja que receba, que abrace e ele é apenas o prolongamento desse abraço afetuoso de uma Igreja que é mãe”.

“Mesmo às vezes sem falar deixa rasto e é um sinal de esperança para todos que desejam a felicidade, torna-se o grande semeador deste desejo”, concluiu Aura Miguel.

O programa da iniciativa incluiu ainda análises ao pontificado pela voz de Adriano Moreira e por uma mesa-redonda onde intervieram Alfredo Bruto da Costa, Manuel Fúria e Margarida Neto.

MD 

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