O Presidente da República defendeu que o encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia “é inspirador para a paz” e disse esperar que leve a “uma paz digna e justa”.

Roma, 26 abr 2025 (Ecclesia) – O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou este sábado que o próximo conclave vai escolher entre “um Papa de transição” ou um líder da Igreja Católica “tão inovador e tão de rutura” como foi Francisco.
“[Ou] é um Papa de transição, que aconteceu com João Paulo II e depois Bento XVI, ou é um Papa tão inovador e tão de rutura como Francisco. Normalmente não há dois seguintes a ser, mas pode ser que sim”, afirmou o chefe de Estado português à LUSA e à RTP em Roma, depois de marcar presença no funeral do Papa Francisco, que decorreu na Praça de São Pedro, no Vaticano.
O chefe de Estado português considerou que “quem vai servir de eixo fundamental para ajudar as congregações vai ser um bocadinho a figura como o cardeal Parolin, que conhece todo o mundo, conhece todos os cardeais, conhece todas as escolhas de Francisco e conhece o pensamento de Francisco”.
O Presidente da República, que ficou sentado atrás do Presidente dos Estados Unidos da América e ao lado do Presidente da Polónia, afirmou que a presença de mais de uma centena e meia de delegações oficiais estrangeiras nas cerimónias fúnebres do Papa Francisco mostrou “como o mundo inteiro lá estava, a prestar homenagem a Francisco, à sua mensagem, à sua obra”.
Questionado se o próximo Papa poderá ser um dos quatro cardeais portugueses que vão participar no conclave, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que, “como Presidente da República Portuguesa, devia dizer que sim” e destacou que todos têm “estilos diferentes” e são “pessoas com muita experiência”.
O primeiro-ministro, Luis Montenegro, defendeu também que o próximo Papa deve ser “alguém que é escutado”, enquanto o presidente da Assembleia da República disse esperar que os líderes políticos mundiais “sigam o exemplo do seu legado” e trabalhem para a paz.
“Eu acho que é importante que a figura do Papa continue a ser de alguém que é escutado. Não basta falar, é preciso ser escutado, há uma grande diferença entre falar e ser escutado, e este Papa conseguiu, fruto da sua autenticidade por um lado, fruto da sua simplicidade por outro, da proximidade e depois do acolhimento que a sua palavra também encontrava”, afirmou Luis Montenegro à LUSA e à Rádio Renascença defendendo que é preciso “alguém que tenha esta capacidade, este impacto, isso constrói-se, às vezes não é fácil e não é imediato”.
Sobre o Papa Francisco, Luís Montenegro considerou que foi “uma figura ímpar” e salientou a “relação estreita” que tinha com Portugal, “que construiu, não era uma coisa que o tivesse acompanhado toda a vida, foi uma coisa que emergiu do seu pontificado e das suas visitas a Portugal”.
A delegação que representou o Estado português nas cerimónias fúnebres do Papa Francisco foi constituída pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
Também em declarações à Lusa e à Rádio Renascença, o presidente da Assembleia da República considerou que o funeral do Papa foi um “momento de homenagem a uma figura única, que mereceu justo reconhecimento por parte de milhares de pessoas e também daqueles que têm o poder no mundo”.
O Presidente da República defendeu que o encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia “é inspirador para a paz” e disse esperar que leve a “uma paz digna e justa”.
“Eu acho que é inspirador para a paz, e é um desperdício se não for aproveitado para isso”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à Lusa e à RTP em Roma, depois de marcar presença no funeral do Papa Francisco, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
LFS