Reitora da UCP afirma que instituição ficará ligada ao Papa no apoio aos mais frágeis e no ensino do seu pensamento na Academia
Cidade do Vaticano, 21 abr 2025 (Ecclesia) – A reitora da Universidade Católica Portuguesa disse hoje que o Papa Francisco era a “única voz eticamente consistente”, abriu a Igreja às “transformações da contemporaneidade” e promoveu uma escuta “permanente a todos”.
“Foi um pontificado de escuta permanente, de grande esperança, incutindo em todos, mesmo nos momentos mais difíceis e certamente nestes anos de pontificado, as sociedades não têm de todo vivido nem tempos de paz, nem de grande, digamos, paz social, nem paz política. Portanto, têm sido momentos particularmente desafiantes para os líderes mundiais e a voz do Papa Francisco foi sempre uma, a única, aliás, a única voz eticamente consistente”, ”, afirmou Isabel Capeloa Gil à Agência ECCLESIA.
“A Igreja como uma plataforma de abertura que acolhe todos – aqueles que pensam como nós mas todos os outros que pensam também de forma diferente – e de postular a dignidade da pessoa, a defesa da vida humana, desde a concessão até à morte, a defesa inequívoca dos seres humanos nos momentos de maior fragilidade, sejam elas a doença, o encarceramento, a migração e com um olhar atento para aquilo que é a fragilidade da vida humana”, acrescentou.
O Papa Francisco faleceu hoje aos 88 anos de idade, às 07h35 locais (menos uma hora em Lisboa), na Casa de Santa Marta, onde residia, informou o Vaticano.

A reitora da instituição em Portugal diz que a UCP ficará ligada ao pontificado de Francisco através do apoio aos mais frágeis, através da bolsa ‘Fundo Papa Francisco’ de apoio a estudantes refugiados, e pelo seu pensamento na academia, com a cátedra «Economia de Francisco e de Clara», que tem a finalidade de “incutir, implementar, no ensino da Economia e da Gestão, mas também transversalmente, os princípios da Ecologia Integral que estão presentes numa das maiores encíclicas da Economia de sempre, que é a Laudato Si”.
Isabel Capeloa Gil fala num pontificado de “abertura radical da Igreja àquilo que são as transformações da contemporaneidade”, com uma palavra aos jovens.
“Eu lembro-me quando o Papa visitou a Universidade Católica, jovens que tinham cartazes à frente do palco onde diziam, «Papa, fizeste-me acreditar de novo». Portanto, ele conseguiu, de facto, em um momento particularmente difícil para a Igreja, foi um momento particularmente difícil com todos os escândalos que aconteceram e a palavra do Papa sempre com uma palavra de carinho, de inclusão, de reconhecimento”, recorda.
Durante a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 e o encontro na UCP, Francisco falou “de esperança, de inspiração para que os jovens acreditassem que a transformação é possível”, que um mundo melhor “é possível” e que era responsabilidade dos jovens serem “empreendedores de sonhos”.
“Colocar o sonho como algo que é fundamental nesta mensagem fecunda que o Papa nos traz, que é da esperança constante. Na sua autobiografia, a primeira frase explica toda a sua mensagem: ele diz que o livro da vida dele é um relato do caminho da esperança. Esta é uma mensagem central”, finalizou.
O Papa faleceu hoje, na Casa de Santa Marta, onde se encontrava em convalescença desde 23 de março, após um internamento de 38 dias no Hospital Gemelli, devido a problemas respiratórios.
O anúncio foi feito pelo cardeal camerlengo, D. Kevin Farrell: “Queridos irmãos e irmãs, é com profunda dor que devo anunciar a morte do nosso Santo Padre Francisco. Às 07h35 desta manhã, o Bispo de Roma Francisco regressou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja”.
LS