Presidente do Tribunal de Contas e jornalista analisam o primeiro ano de pontificado
Lisboa, 07 mar 2014 (Ecclesia) – O presidente do Tribunal de Contas, Guilherme de Oliveira Martins e o jornalista Francisco Sarsfield Cabral destacam a importância da mensagem económica e social do atual Papa.
Guilherme de Oliveira Martins recorda que Francisco teve o cuidado de ir ao centro da etimologia da economia para a definir como “a arte de alcançar uma determinada administração da casa comum que é o mundo inteiro”, algo que o economista português considera “extraordinariamente importante”.
“Na exortação apostólica ‘A Alegria do Evangelho’ Francisco diz não a uma economia de exclusão, não a uma economia de resíduos e sobras, não a uma economia que mata e isto tem de ser lido não há luz de uma análise imediatista nem demagógica mas sim um contrariar da idolatria do dinheiro”, defende o também presidente do Centro Nacional de Cultura.
[[a,d,4458,Emissão 19-02-2014]]O Papa alerta para o facto desta crise económica “não poder ser vista como uma fatalidade” apelando a que não exista “um pessimismo estéril” promovendo a possibilidade “de criar um lugar onde todos se respeitam mutuamente e sobretudo possam garantir a dignidade da pessoa humana, a subsidiariedade não sejam palavras vãs”, conclui o economista português em declarações à Agência ECCLESIA.
Já Francisco Sarsfield Cabral considera que o Papa “tem feito um esforço em manter a doutrina social da Igreja fora do esquecimento”.
“A doutrina social da Igreja não tem sida levada a sério a começar pelos próprios católicos, poucos a aplicam e acham que é apenas um catálogo de intenções piedosas e o Papa Francisco veio tirá-la desse esquecimento”, sublinha o jornalista que acredita que “este Papa não traz para a economia nada radicalmente novo mas veio dar força a algo que estava lá mas que não tinha grande aplicação”.
Sarsfield Cabral confessa o desejo de que “o Papa desperte as consciências” e ajude a ultrapassar “o pessimismo estéril”.
SN/MD