Francisco: Jornal do Vaticano evoca «Papa da misericórdia» e da paz

12 anos de pontificado marcados por «novos dinamismos e portas abertas»

Foto: Vatican Media/EPA

Cidade do Vaticano, 21 abr 2025 (Ecclesia) – O jornal do Vaticano publicou hoje uma edição especial sobre a morte do Papa Francisco (1936-2025), com editoriais de Andrea Tornielli, diretor editorial do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, e Andrea Monda, diretor do ‘Osservatore Romano’.

Tornielli, jornalista italiano, assina um texto sobre o “Papa da misericórdia”, sublinhando que “se há uma mensagem que, mais do que qualquer outra, caracterizou o pontificado do Papa Francisco e está destinada a permanecer, é a da misericórdia”.

“O Papa deixou-nos repentinamente nesta manhã, depois de ter dado a última bênção ‘Urbi et Obi’ no dia de Páscoa, do balcão central da Basílica de São Pedro, depois de ter dado a última volta pela multidão, para abençoar e saudar”, refere o editorial.

Muitos temas foram abordados pelo primeiro pontífice argentino na história da Igreja, em especial a preocupação com os pobres, a fraternidade, o cuidado com a casa comum, o firme e incondicional não à guerra. Mas o coração de sua mensagem, o que certamente causou mais impressão, é o chamado evangélico à misericórdia”.

Andrea Monda, diretor do jornal do Vaticano, evoca por sua vez o papel de Francisco na construção da paz.

“Ele deu-se totalmente, sem reservas, até ao último dia. Até ao fim. Ia ao encontro das pessoas, abraçava-as. E se as condições não o permitiam, telefonava a muitos a quem sentia a necessidade de fazer ouvir a sua voz. Entre eles, o Padre Gabriele Romanelli, pároco de Gaza, a quem telefonava à tarde, ou melhor, muitas vezes por videochamada. Não apenas para fazer ouvir a sua voz, mas para se poderem ver, olhos nos olhos”, refere.

O portal de notícias do Vaticano indica que o Papa Francisco foi “o primeiro em muitas coisas”.

“Mas Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, provavelmente não gostaria que o conceito de ‘primeiro’ fosse associado ao seu pontificado, projetado nesses 12 anos não para atingir metas ou conquistar primados, mas para iniciar ‘processos’. Processos em andamento, processos concluídos ou distantes, processos que provavelmente são irreversíveis até mesmo para quem o sucederá no trono de Pedro”, pode ler-se.

OC

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