Presidente do Centro Nacional de Cultura analisa primeiro ano de pontificado, iniciado solenemente há um ano
Lisboa, 18 mar 2014 (Ecclesia) – O presidente do Centro Nacional de Cultura, Guilherme d’Oliveira Martins, afirmou que o primeiro ano do pontificado de Francisco, iniciado solenemente a 19 de março de 2013, tem sido marcado pela preocupação de reforma na Igreja.
“O facto de o Papa se despojar de elementos de soberania política e de não querer que a sua presença, a sua exposição, seja o apagar da Igreja como um todo é importante. Ele chama a atenção para o povo de Deus” destaca Guilherme Oliveira Martins em declarações à Agência ECCLESIA.
“Na Cúria é indispensável mudar o funcionamento, garantir que os meios da Igreja sejam postos ao serviço de todos, que não haja engenharias financeiras e não se caia no erro de regressar ao ídolo do ouro”, acrescenta.
Na opinião do também presidente do Tribunal de Contas “o Papa vindo do fim do mundo, como ele disse, tem-se preocupado com a reforma do fim da Cúria mas principalmente com a reforma do papado”.
“Este aspeto é muito importante, porque desde o primeiro momento que Francisco mostra uma preocupação muito forte com a justiça, com a necessidade de dar um sinal às pessoas de um espírito de pobreza não se confunde com a miséria”, precisa.
[[v,d,4503,]]Guilherme d’Oliveira Martins recorda o momento em que Francisco pediu aos fiéis para rezarem por ele, algo que “marcou a diferença, um sinal de grande proximidade, de simplicidade e humildade que se comprovam em muitos gestos o que tem sido salientado nos mais diversos horizontes, quer nos cristãos, quer nos não-cristãos”.
Analisando a exortação apostólica ‘A Alegria do Evangelho’, o presidente do Centro Nacional de Cultura salienta, em entrevista à Agência ECCLESIA, “a preocupação pelo facto de a crise financeira que se vive no mundo ter raízes muito profundas nos valores, no vazio de valores e na indiferença”.
“A palavra ‘cuidado’ é a etimologia da palavra ‘caridade’ e caridade é amor, proximidade, subsidiariedade, algo particularmente importante que está no ensino da Igreja mas que cada vez mais está também nas instituições internacionais a fim de estar cada vez mais perto das pessoas, dos cidadãos”, acrescenta.
O responsável acredita que “a Doutrina Social da Igreja hoje se tornou transversal, se tornou aplicável a todas as ideologias e a todas as famílias políticas porque não é uma ideologia”.
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