Organismo lembra primeiro Papa da América Latina, que foi também um Papa «europeu»
Roma, 22 abr 2025 (Ecclesia) – O Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) associou-se hoje “à dor da Igreja Universal pela morte do Papa Francisco e convidou os bispos de toda a Europa a celebrar missas de sufrágio pela alma do pontífice e pela Igreja Católica”.
“O Papa ‘que veio do fim do mundo’, o primeiro Papa da América Latina, foi também um Papa ‘europeu’, e sentimos a sua profunda proximidade durante as suas viagens pela Europa, e também nos seus numerosos apelos para pôr fim à guerra que rebentou no coração da Europa, na Ucrânia”, pode ler-se na nota assinada pelo arcebispo de Vilnius (Lituânia), D. Gintaras Grušas.
O CCEE recorda os últimos discursos do Papa Francisco, que morreu esta segunda-feira aos 88 anos, em que falou de “uma Europa chamada a ‘ser profética’ para conseguir de novo o dom da paz.
“Sabemos que o Papa estava a referir-se à ideia cristã de paz, àquela tranquilidade a que todos aspiramos, conscientes de que a paz não é, nem pode ser, apenas a ausência de guerra”, destacou.
O CCEE convida todos a fazerem suas as palavras proféticas do Papa e a assumi-las “como um legado para a Igreja na Europa”, realçando que Francisco, “no decurso do seu pontificado, não deixou de nos inspirar em muitas ocasiões”.
“[Papa] pediu à Europa que se redescobrisse, alertou para o inverno demográfico que afeta o nosso continente, sublinhou o papel da família, condenou a ‘cultura do desperdício’, infelizmente muito presente na cultura moderna”, lembra o CCEE na mensagem intitulada “O Magistério Europeu do Papa Francisco”.
O arcebispo de Vilnius indica que cada um dos apelos, cada uma das palavras do Papa Francisco, fazem agora “parte integrante do nosso empenhamento como bispos da Europa, para que se instaure uma verdadeira civilização do amor”.
O organismo destaca as palavras de Francisco na Missa celebrada com os participantes da assembleia plenária por ocasião do 50º aniversário dos CCEE, a 23 de setembro de 2023: “Os grandes reconstrutores da fé do Continente fizeram o mesmo – pensemos nos Patronos. Puseram em jogo a sua pequenez, confiando em Deus”.
“Começaram por si próprios, por mudar as suas vidas aceitando a graça de Deus. Não se preocuparam com os tempos sombrios, as adversidades e algumas divisões, que estão sempre presentes. Não perderam tempo a criticar e a culpar. Viveram o Evangelho, independentemente da relevância e da política”, disse o Papa.
O CCEE realça que é este ensinamento, acima de tudo, que quer levar no coração, na memória do Papa Francisco.
O Papa faleceu esta segunda-feira, na Casa de Santa Marta, na sequência de um acidente vascular cerebral (Ictus Cerebri), a que se seguiu um coma com “colapso cardiovascular irreversível”, refere o documento de constatação oficial da morte.
O anúncio da morte do Papa foi feito pelo cardeal camerlengo, D. Kevin Farrell, na manhã de segunda-feira, e as cerimónias fúnebres vão decorrer no sábado, a partir das 10h00 locais (menos uma hora).
LJ/OC