Francisco: Cardeais rezaram junto ao túmulo do Papa (c/fotos)

Cerimónia decorreu de forma reservada, com oração de Vésperas

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA

Cidade do Vaticano, 27 abr 2025 (Ecclesia) – Os cardeais presentes em Roma quiseram hoje promover uma homenagem ao Papa Francisco, junto ao seu túmulo, na Basílica de Santa Maria Maior, onde passaram em silêncio.

A visita conjunta contou ainda com a oração de Vésperas, presidida pelo coadjutor do arcipreste da Basílica Papal, cardeal Rolandas Makrickas.

Os cardeais passaram a Porta Santa do Jubileu convocado por Francisco e estiveram junto da capela que acolhe o ícone da Virgem Maria ‘Salus Populi Romani’.

Dezenas de milhares de pessoas começaram hoje a prestar homenagem ao Papa Francisco, desde o início da manhã, junto ao túmulo de Francisco; as visitas foram interrompidas às 15h45 (hora local, menos uma em Lisboa), para a cerimónia de homenagem dos cardeais.

Esta segunda-feira prosseguem as “celebrações eucarísticas especiais em sufrágio do romano pontífice falecido”, que acontecem durante nove dias consecutivos, a partir da missa fúnebre.

O Departamento de celebrações litúrgicas da Santa Sé informa que, após a Missa deste domingo, presidida na Praça de São Pedro pelo cardeal Pietro Parolin, as celebrações decorrem às 19h00 de Roma, dentro da Basílica, com presidência de diferentes cardeais, até 4 de maio.

As concelebrações dos dias 30 de abril e 4 de maio são “reservadas exclusivamente aos senhores cardeais”.

A Igreja Católica vive, desde 21 de abril, o terceiro período de Sede Vacante do século XXI, o período sem a liderança de um Papa, interregno em que, sob o governo interino dos cardeais, se prepara a eleição de um novo pontífice.

A “vacância da Sé apostólica” é regulada segundo as disposições da Constituição Apostólica ‘Universi Dominici Gregis’ (1996) de João Paulo II, segundo a qual se confiam ao Colégio Cardinalício “o despacho dos assuntos ordinários ou inadiáveis” e a preparação da eleição do novo Papa.

As reuniões (congregações) gerais, que recomeçam na manhã de segunda-feira, são presididas pelo decano [presidente] do Colégio Cardinalício, D. Giovanni Battista Re ou, caso esteja ausente ou impedido, pelo vice-decano, D. Leonardo Sandri.

João Paulo II determinou que desde o momento em que a Sé Apostólica ficar legitimamente vacante [morte ou renúncia do Papa], os cardeais eleitores presentes em Roma devem esperar, durante 15 dias completos, pelos ausentes; decorridos, no máximo, 20 dias desde o início da Sede Vacante, todos os cardeais eleitores presentes são obrigados a proceder à eleição – no máximo até 10 de maio.

Bento XVI abriu a possibilidade de este tempo ser antecipado, desde que estejam presentes “todos os cardeais eleitores”.

A Igreja conta atualmente com 252 cardeais, 135 dos quais com direito a voto (mais 20 do que 2013), por terem menos de 80 anos no início da Sé vacante e não estarem impedidos de participar; 71 países cardeais têm eleitores (48 em 2013).

Os 10 países com mais eleitores são a Itália (17 cardeais), EUA (10), Brasil (7), França e Espanha (5 cada), Argentina, Canadá, Índia, Polónia e Portugal (4 cada), num total de 64 cardeais (47% do total).

As congregações gerais, com a participação dos cardeais com mais de 80 anos, são responsáveis por um conjunto de decisões, do alojamento aos preparativos para o processo de eleição na Capela Sistina, antes de determinar a data de início do próximo Conclave.

Além destas reuniões há “congregações particulares”, com a presença do cardeal camerlengo (D. Kevin Farrell) e três cardeais, sorteados a cada três dias.

As instituições do Vaticano usam o brasão da Sede Vacante: duas chaves de ouro e prata, símbolo do papado, cobertas pelo ‘umbraculum’ (pequeno chapéu, em português), uma insígnia histórica dos pontífices.

O sucessor de Francisco será o 49.º Papa da Igreja Católica nos últimos 500 anos, desde Clemente VII, pontífice entre 1523 e 1534.

O Conclave, palavra com origem no latim ‘cum clavis’ (fechado à chave), pode ser definido como o lugar onde os cardeais se reúnem em clausura para eleição do Papa.

Francisco não fez qualquer alteração às normas sobre a eleição do seu sucessor.

OC

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