Francisco: Bispo de Aveiro afirma que «estilo sinodal é talvez o maior contributo» a uma Igreja mais participativa

D. António Moiteiro lembra «voz profética neste mundo tão desigual e de ideologias totalitárias»

D. António Moiteiro com o Papa Francisco

Aveiro, 21 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro afirma que o “estilo sinodal que está a ser implementado” na Igreja Católica “é talvez o maior contributo” do Papa Francisco, que faleceu esta segunda-feira, aos 88 anos, “um magistério rico”, que marcou os corações.

“O estilo sinodal que está a ser implementado é talvez o maior contributo que podia deixar a uma Igreja mais participativa, mais povo de Deus, onde todos os batizados, por sermos filhos de Deus, tempos um lugar ativo na sua missão”, escreve D. António Moiteiro, na nota enviada à Agência ECCLESIA.

O Papa Francisco faleceu hoje, na Casa de Santa Marta, onde se encontrava em convalescença desde 23 de março, após um internamento de 38 dias no Hospital Gemelli, devido a problemas respiratórios, informou o Vaticano.

Para o bispo de Aveiro, o serviço de Francisco à Igreja, “enquanto sucessor de Pedro”, ficou marcado por um “magistério rico e que marcou o coração dos cristãos e de tantas pessoas de boa vontade”.

“Os mais pobres, a luta pela justiça social e a paz entre as nações estiveram sempre presentes nas suas preocupações de pastor. Foi uma voz profética neste mundo tão desigual e de ideologias totalitárias que não colocam a dignidade do ser humano no centro das suas preocupações”, exemplificou.

D. António Moiteiro salienta que “o novo impulso” que Francisco imprimiu na Igreja à evangelização, com a publicação da sua primeira encíclica ‘A alegria do Evangelho’, colocou o Concílio Vaticano II “no centro do seu pontificado”, continuando o que o Papa São Paulo VI tinha feito com o documento ‘O Evangelho para o nosso tempo’.

O responsável da Diocese de Aveiro destaca também que o Papa Francisco “colocou o papel das mulheres no lugar que lhes é próprio na Igreja”, e as mais recentes nomeações de mulheres para a Cúria Romana são exemplo disto mesmo: “As mulheres foram as primeiras testemunhas da ressurreição de Jesus e quando afirmou que Maria Madalena foi a primeira mensageira do Ressuscitado aos apóstolos”.

D. António Moiteiro, que foi nomeado bispo de Aveiro no dia 4 de junho de 2014, recorda que, “antes da nomeação se tornar pública”, teve a oportunidade de se encontrar pessoalmente com o Papa Francisco, que lhe disse “que vivesse com confiança e alegria, porque Jesus é o nosso Bom Pastor”.

“Foi o que ele fez como pastor da Igreja”, acrescentou o bispo de Aveiro, na nota, intitulada ‘Papa Francisco: A vida à luz do Ressuscitado’, onde pede que em todas as paróquias da diocese se façam preces e se celebra a Eucaristia pelo Papa.

O anúncio da morte do Papa foi feito pelo cardeal camerlengo, D. Kevin Farrell: “Queridos irmãos e irmãs, é com profunda dor que devo anunciar a morte do nosso Santo Padre Francisco. Às 07h35 desta manhã, o Bispo de Roma Francisco regressou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja”.

CB/OC

 

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