Francisco: «A morte não é o fim de tudo», refere texto inédito

Papa assinou prefácio de livro do cardeal Angelo Scola, arcebispo emérito de Milão

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 22 abr 2025 (Ecclesia) – O Papa Francisco apresentou uma reflexão sobre a morte, num texto inédito, divulgado hoje, no prefácio de livro do cardeal Angelo Scola, arcebispo emérito de Milão, que vai ser publicado a 24 de abril.

“A morte não é o fim de tudo, mas o início de alguma coisa. É um novo começo, como o título sabiamente indica, porque a vida eterna, que aqueles que amam já experimentam na terra, nas suas ocupações quotidianas, é o começo de algo que não terá fim”, escreveu o pontífice, que faleceu esta segunda-feira, aos 88 anos de idade e mais de 12 de pontificado.

“E é precisamente por isso que é um ‘novo’ começo, porque vamos experimentar algo que nunca experimentámos plenamente: a eternidade”, acrescenta.

O livro do cardeal Scola, intitulado ‘À espera de um novo começo. Reflexões sobre a velhice’, vai ser lançado pela LEV (Libreria Editrice Vaticana).

Francisco elogiou a “experiência pessoal e sensibilidade cultural” do arcebispo emérito de Milão, na reflexão sobre a velhice.

“Não devemos ter medo da velhice, não devemos ter medo de nos tornarmos velhos, porque a vida é a vida e adoçar a realidade é trair a verdade das coisas. Devolver o orgulho a um termo muitas vezes considerado doentio é um gesto pelo qual devemos estar gratos ao cardeal Scola”, escreveu.

Dizer ‘velho’ não significa ‘deitar fora’, como por vezes nos leva a pensar uma cultura degradada do descarte. Dizer ‘velho’, pelo contrário, significa experiência, sabedoria, discernimento, ponderação, escuta, lentidão… valores de que temos muita necessidade!”

O Papa indica que “o problema é como se envelhece” e convida a valorizar o papel dos avós, de “fundamental importância para o desenvolvimento equilibrado dos jovens e, em última análise, para uma sociedade mais pacífica”.

“No meio do frenesim das nossas sociedades, muitas vezes devotadas ao efémero e ao gosto doentio pelas aparências, a sabedoria dos avós torna-se um farol que brilha, ilumina a incerteza e dá orientação aos netos”, prossegue.

O texto conclui-se com o apelo a permanecer “unidos pela gratidão a este Deus amoroso que oferece a vida e a esperança, seja qual for a idade em que vivemos”.

O funeral do Papa Francisco vai ser celebrado este sábado, pelas 10h00 (menos uma em Lisboa), na Praça de São Pedro.

A Missa tem presidência do cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, segundo previsto no ritual das exéquias pontifícias, ‘Ordo Exsequiarum Romani Pontificis’ (82-109), naquele que é considerado o primeiro dia do “novendiales”, período de luto que se prolonga durante nove dias.

A notificação do Departamento das Celebrações Litúrgicas da Santa Sé acrescenta que, no final da celebração eucarística, term lugar o rito da ‘Ultima Commendatio’ (última encomendação) e da ‘Valedictio’ (adeus); o féretro do será levado para o interior da Basílica de São Pedro e daí para a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para a sepultura.

OC

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