D. António Francisco dos Santos recorda «metodologia» atenta às realidades do mundo
Porto, 12 mar 2016 (Ecclesia) – O bispo do Porto considera que os três primeiros anos do pontificado do Papa Francisco tiveram momentos “proféticos, sinais do caminho renovado e renovador da Igreja”.
“O Papa Francisco surpreende-nos sempre neste caminho da renovação da Igreja, como nova linguagem, uma metodologia muito atenta às realidades presentes do mundo”, explica D. António Francisco dos Santos.
À Agência ECCLESIA, o prelado destaca a capacidade do Papa em estar “próximo da realidade” que se constrói no dia-a-dia, que se manifesta “nos momentos mais felizes da humanidade”, nos lugares onde a mensagem da Igreja “nem sempre é ouvida” e na “proximidade com as pessoas concretas”.
Neste contexto, o bispo do Porto sublinha que Francisco ensina a ser “pastor ao jeito de Cristo, o bom pastor”, a estar próximo das pessoas e a “ter tempo para todos e cada um”, algo que é “muito importante que a Igreja tem de fazer” no encontro com quem está perto e longe.
“A ter capacidade de profecia e sonho, compreender o sonho de Deus para a humanidade e abrir caminhos novos, quer na reconciliação, quer na misericórdia”, acrescentou.
Por isso, realça que o Jubileu da Misericórdia não é apenas “uma aposta belíssima e encantadora” mas a capacidade de “renovar a Igreja e transformar o mundo”.
D. António Francisco dos Santos, que já esteve com o Papa duas vezes, revela também que quem se aproxima de Francisco sente que “está junto do bispo de Roma, do sucessor de Pedro e do grande profeta dos tempos novos”.
O bispo diocesano recordou que o último ano ficou marcado pela visita ad Limina do episcopado português ao Vaticano, onde encontraram o Papa como “um pai” ou um irmão mais velho que reúne os irmãos, “no mesmo espaço da família”, e partilha “as alegrias da vida e da missão da igreja” mas também “sonhos e projetos de futuro”.
“Estes momentos próximos do Papa dizem-nos e revelam-nos a verdade e encanto da sua missão no dia-a-dia, no contacto com o mundo, no seu ensinamento, magistério, proximidade, gestos proféticos e na sua capacidade de novos desafios”, desenvolveu D. António Francisco dos Santos.
Segundo o bispo do Porto, o Papa, apesar dos seus 79 anos, “nunca se cansa” com o trabalho, nem se deixa “vencer” pelas preocupações nem pelo sofrimento e “diz que a Igreja tem de ser assim”: “Uma proposta de bem-aventurança na simplicidade, proximidade e capacidade de revelar a alegria de Jesus Cristo e a alegria do Evangelho.”
“Vencendo as fronteiras, dificuldades e as barreiras naquilo que a sociedade tem de mais difícil a transformar, a mudar, quer no campo da verdade, da justiça, da relação com os outros, da fraternidade, penso que é por ai que a Igreja continua a caminhar”, comentou D. António Francisco dos Santos.
JCP/CB