D. António Marto destaca alegria e «encanto que fala» de Deus
Leiria, 11 mar 2016 (Ecclesia) – O bispo da Diocese de Leiria-Fátima afirmou que o atual Ano Santo da Misericórdia “aberto no coração de África” revela as “prioridades” do Papa Francisco, que este domingo completa três anos de pontificado.
“O Ano da Misericórdia corresponde a uma necessidade muito profunda do mundo de hoje cheio de feridas, dividido, lacerado, que precisa de quem cuide dele e quem ajude a cuidar das suas feridas”, disse D. António Marto à Agência ECCLESIA.
O prelado observou que o Jubileu “não foi aberto em Roma” mas na África pobre, marginalizada, sendo um sinal para “a Europa que não está no centro do mundo e que a Igreja não é a Europa” mas “é universal e multipolar”, comentou sobre o início simbólico do Jubileu em Bangui, a capital da República Centro-Africana.
O bispo de Leiria-Fátima, que já esteve duas vezes com o Papa Francisco, recorda a sua “devoção mariana” e a “graça de ouvir o seu sim, a dizer que tem vontade enorme de vir a Fátima”.
“Espero que ele traga esta alegria, encanto que fala e que é a imagem por excelência Nossa Senhora. Imagem de ternura de Deus e da misericórdia, uma graça não só para Fátima, para os peregrinos, mas Portugal”, sublinhou D. António Marto.
O bispo recorda a forma como Francisco se apresentou ao povo, de “maneira muito simples, muito sóbria, despojado de tudo” o que eram “sinais de pompa ou poder”.
“Pedindo a oração e a bênção do povo, um Papa que dentro do seu povo disse mesmo vamos caminhar juntos. Imprime logo à partida ritmo e sinal evangélico”, exemplificou.
Depois, para D. António Marto a primeira exortação apostólica, ‘A Alegria do Evangelho’, trouxe “frescura, alegria, entusiasmo”, sobretudo, à Igreja no Ocidente que estava com “ar de cansada, desanimada, desencanto” que transformou-se em “encanto, alegria, frescura” e entusiasmo para viver a fé.
Em terceiro lugar, o bispo de Leiria-Fátima assinala a descentralização da Igreja que coloca no “centro Cristo e se sente enviada ao mundo, às periferias, não só geográficas mas sobretudo humanas”.
Para o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, uma Igreja que “não vive” voltada para si mesma, “na contemplação do seu umbigo” mas que vai ao encontro de Cristo “presente nos pobres e nos sofredores”.
Segundo D. António Marto a sinodalidade também é um aspeto deste pontificado, com o Sínodo dos Bispo sobre a Família – “como uma prioridade fundamental para curar o mundo de hoje, célula base de tudo” – e como caminho para a Igreja e para o diálogo ecuménico com a “inauguração de uma nova etapa”, no encontro com o patriarca ortodoxo russo.
JCP/CB