Tema mereceu destaque nas viagens ao Chile e à Irlanda

Cidade do Vaticano, 21 abr 2025 (Ecclesia) – O Papa viveu em 2018 um momento visto como de viragem, em busca de respostas para os problemas sociais e da Igreja que tinham sido identificados desde a sua eleição.
O escândalo dos abusos sexuais cometidos por membros do clero marcou, em particular, as viagens ao Chile e à Irlanda.
“A dor das vítimas e das suas famílias é também a nossa dor, por isso é preciso reafirmar mais uma vez o nosso compromisso em garantir a proteção de menores”, escreveu, numa Carta do Papa ao Povo de Deus, sobre o tema dos abusos, publicada em agosto.
As acusações do antigo núncio apostólico em Washington, o arcebispo Carlo Maria Viganò, deram o mote a uma campanha a pedir a renúncia do pontífice, apoiado nesta circunstância por conferências episcopais de vários países, incluindo Portugal.
O Encontro Mundial das Famílias, em Dublin, e a assembleia do Sínodo dos Bispos dedicada às novas gerações foram acontecimentos em destaque, com uma mensagem de confiança nos jovens.
Outro momento de relevo foi a aproximação a China, com o acordo assinado em 2018 sobre a nomeação de bispos.
Chile, Peru, Suíça (Genebra, no 70.º aniversário da fundação do Conselho Mundial das Igrejas), Irlanda e os países do Báltico (Lituânia, Letónia e Estónia) foram os destinos de quatro viagens internacionais.
A 15 de setembro, a Sicília recebeu o Papa, que prestou homenagens ao padre Pino Puglisi e ao juiz Giovanni Falcone, assassinados pela Mafia nos anos 90 do último século.
“Que a palavra ódio seja eliminada da vida cristã! Não se pode acreditar em Deus e explorar o irmão, não se pode acreditar em Deus e ser mafioso. Quem é mafioso não vive como cristão, porque blasfema com a sua vida o nome de Deus-amor”, declarou, na homilia da Missa a que presidiu em Palermo.
Francisco rezou em silêncio, por alguns minutos, diante do medalhão de bronze plantado no solo que assinala o local exato do assassinato do padre Pino Puglisi, a mando da Mafia siciliana.
Ainda na Itália, o Papa passou por Pietrelcina e San Giovanni Rotondo, Alessano e Molfetta, no 25º aniversário da morte de D Tonino Bello – que recordou como “bispo dos pobres” -, Nomadelfia e Loppiano e Bari, onde se encontrou com chefes das Igrejas e das comunidades cristãs do Médio Oriente.
O pontífice foi retratado num filme de Wim Wenders, ‘Pope Francis – A Man of His Word’, no qual se resumem os “principais desafios globais de hoje” a que Francisco quer ajudar a responder: a morte, a justiça social, a imigração, a ecologia, as desigualdades, o materialismo ou o papel da família.
OC