Ano contou com seis viagens internacionais, incluindo passagens por Lesbos e Auschwitz

Lisboa, 21 abr 2025 (Ecclesia) – O Papa publicou em 2016 a exortação apostólica pós-sinodal ‘Amoris Laetitia’(A Alegria do Amor), após duas assembleias do Sínodo dos Bispos sobre a família, propondo um caminho de “discernimento” para os católicos divorciados que voltaram a casar civilmente.
“Quanto às pessoas divorciadas que vivem numa nova união, é importante fazer-lhes sentir que fazem parte da Igreja, que ‘não estão excomungadas’ nem são tratadas como tais, porque sempre integram a comunhão eclesial”, escreveu.
Francisco assinou uma reflexão que recolhe as propostas dos bispos e dos inquéritos aos católicos de todo o mundo, mas a situação dos católicos recasados viria a gerar pedidos de esclarecimento e mesmo alguma contestação.
As perseguições religiosas, o terrorismo e a crise dos refugiados foram outros temas presentes nas intervenções do Papa, que a 17 de fevereiro concluiu a sua primeira viagem ao México, deixando atrás de si várias mensagens contra a violência, o tráfico de drogas e o crime, por um futuro diferente.
Antes, teve lugar o histórico encontro com o patriarca ortodoxo de Moscovo, Cirilo, numa breve escala em Cuba.
Na sua tradicional mensagem pascal, antes de conceder a bênção ‘urbi et orbi’, Francisco condenou no Vaticano a vaga de ataques terroristas, atos de “violência cega e brutal”.
Ainda em abril, na companhia de líderes ortodoxos, o Papa visitou os refugiados na ilha grega de Lesbos e não regressaria ao Vaticano sem que alguns deles o acompanhassem.
O Papa cumpriu em junho uma viagem de três dias à Arménia, que se encerrou com um gesto de paz junto à fronteira turca.
A 28 de junho fez-se história no Vaticano com o regresso do Papa emérito Bento XVI ao palácio apostólico, para uma homenagem por ocasião do seu 65.º aniversário de ordenação sacerdotal.
A popularidade do Papa Francisco junto dos mais jovens, no ano em que chegou à rede social Instagram, ficou comprovada em finais de julho, na viagem de cinco dias à Polónia, onde presidiu à Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia, numa visita que incluiu uma homenagem silenciosa às vítimas do campo de concentração nazi de Auschwitz.
O Papa visitou de surpresa a localidade de Amatrice, uma das zonas afetadas pelo sismo no centro de Itália, a 24 de agosto, para encontrar-se com as vítimas e as suas famílias.
Em setembro, após a canonização de Santa Teresa de Calcutá, a agenda pontifícia incluiu um encontro com líderes religiosos na cidade italiana de Assis, assinando uma declaração conjunta pela paz que rejeita o terrorismo e o fundamentalismo.
A 2 de outubro, o Papa encerrou na Grande Mesquita de Bacu, capital do Azerbaijão, a sua segunda visita à região do Cáucaso, que se iniciou na Geórgia.
Uma viagem histórica levou Francisco à Suécia, entre 31 de outubro e 1 de novembro, para assinalar com os luteranos os 500 anos da reforma protestante.
A 20 de Novembro, o Papa presidiu às cerimónias conclusivas do Jubileu da Misericórdia, tema teológico central para o pontificado.
Um símbolo das perseguições religiosas foi o padre Jacques Hamel, assassinado a 26 de julho, enquanto celebrava Missa na igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, que Francisco considerou um “mártir”.
A reforma da Cúria Romana passou, entre outras medidas, pela criação de dois dicastérios: um para o setor dos Leigos, Vida e Família, outro dedicado ao Desenvolvimento Humano Integral.
Ainda em 2016, chegou ao fim o julgamento do processo de furto e divulgação de documentos reservados da Santa Sé, conhecido como ‘Vatileaks2’.
OC