Cinco viagens internacionais, com passagem pela ONU, e fim do Sínodo da Família marcaram terceiro ano do pontificado
Lisboa, 21 abr 2025 (Ecclesia) – O terceiro ano de pontificado de Francisco ficou marcado pela publicação da encíclica ecológica e social ‘Laudato si’, que abriu as fronteiras da Igreja Católica ao movimento mundial para a defesa do ambiente.
O texto, uma referência do seu ensinamento, pede “um olhar diferente, um pensamento, uma política, um programa educativo, um estilo de vida e uma espiritualidade” que consigam resistir ao “avanço do paradigma tecnocrático”.
O Papa considera “inseparáveis” a preocupação com a natureza, a justiça para com os pobres, o compromisso social e a “paz interior”.
A encíclica fala em ecologia ambiental, económica, social e cultural, dando como modelo desta atitude São Francisco de Assis (1182-1226), o santo que inspirou o documento e a escolha do nome do Papa, após a eleição pontifícia.
“Se deixarmos de falar a língua da fraternidade e da beleza na nossa relação com o mundo, então as nossas atitudes serão as do dominador, do consumidor ou de um mero explorador dos recursos naturais”, adverte.
Francisco assumiu como prioridade a construção de uma Igreja “em saída” e atenta aos mais frágeis, aos dos “marginalizados”, como disse no Consistório, em fevereiro, durante a criação de 19 cardeais, incluindo D. Manuel Clemente, então patriarca de Lisboa.
As Filipinas acolheram a 18 de janeiro a maior celebração do pontificado, junto ao estádio -Quirino Grandstand-, na área do Parque Rizal, com seis milhões de participantes, o que representa um recorde na história da Igreja Católica.
As outras quatro viagems internacionais levaram o Papa ao Sri Lanka e Filipinas, Sarajevo (Bósnia-Herzegóvina), Cuba e Estados Unidos da América (Encontro Mundial da Família), com passagem pela sede da ONU e o ‘Ground Zero’, após alertar para os dramas da pobreza, os riscos das armas nucleares e da crise ecológica, defendendo a reforma do Conselho de Segurança e dos organismos financeiros internacionais.
A última viagem internacional do ano passou pelo Quénia, Uganda e República Centro-Africana, onde abriu uma Porta Santa, no Jubileu da Misericórdia, terceiro ano santo extraordinário na história da Igreja Católica.
Na Itália, Francisco visitou Prato e Florença, Turim, Pompeia e Nápoles.
O Papa encerrou o Sínodo sobre a Família, após duas sessões, no qual os participantes propuseram um “caminho de discernimento” para os católicos divorciados que voltaram a casar civilmente, tema que viria a desenvolver, no ano seguinte, na Exortação apostólica pós-sinodal ‘Amoris Laetitia’ (A alegria do amor).
OC