Francisco/2014: «Terra, teto e trabalho», o refrão do Papa para os excluídos da globalização

Encontro com Movimentos Populares e visita ao Parlamento Europeu foram momentos de destaque no segundo ano do pontificado

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 21 abr 2025 (Ecclesia) – O segundo ano do pontificado de Francisco afirmou o Papa como referência na defesa dos mais pobres e excluídos, por uma globalização mais plural, que respeite a identidade de todos.

“Terra, teto e trabalho. É estranho, mas se falo disto para alguns o Papa é comunista. Não se compreende que o amor pelos pobres está no centro do Evangelho. Terra, teto e trabalho, aquilo pelo que lutais, são direitos sagrados”, disse, num discurso aos participantes no Encontro Mundial dos Movimentos Populares, que decorreu a 28 de outubro 2014.

Francisco insistiu na mudança do paradigma económico e financeiro internacional, um dos temas do seu discurso em Estrasburgo (França), perante o Parlamento Europeu, em defesa da democracia face ao poder dos mercados, a 25 de novembro, desejando uma refundação da Europa, particularmente necessária perante as crises dos refugiados.

Estas foram duas das deslocações internacionais, num ano em que Francisco visitou ainda a Turquia, a Albânia, a Coreia do Sul e a Terra Santa, entre 24 e 26 de maio de 2014.

Poucas semanas depois, o Papa promoveu um encontro em Roma com os presidentes de Israel e Palestina, para pedir a paz no Médio Oriente.

Na Itália, Francisco evocou o centenário do início da I Guerra Mundial, numa emotiva celebração no cemitário militar de Redipuglia, tendo ainda passado pelas localidades de Caserta, Campobasso-Boiano e Isernia-Venafro, além de Cassano all’Jonio (Calábria)

O primeiro pontífice da América Latina tem mostrado preocupação com a situação do Velho Continente, O porta-voz do Vaticano escolheu como acontecimentos centrais no último ano de pontificado o Sínodo extraordinário sobre a família, as cinco viagens internacionais e as denúncias contra as perseguições no Médio Oriente.

2014 marcou o arranque o Sínodo dedicado à família, com uma assembleia extraordinária que abriu o debate sobre a necessidade de acolher pessoas divorciadas, entre outros temas, com consultadas alargadas às comunidades católicas.

Uma multidão acompanhou, no Vaticano, a canonização dos Papas João Paulo II e João XXIII, no mesmo ano em que se celebrou a beatificação do futuro santo Papa Paulo VI, figuras ligadas à convocação e implementação do Concílio Vaticano II”

Francisco apresentou-se como um promotor da “cultura do encontro”, expressão que viria a repetir ao longo do pontificado, num sinal de diálogo com responsáveis religiosos e de toda a sociedade.

O Papa convocou ainda um Ano da Vida Consagrada, por ocasião do 50.º  da constituição dogmática sobre a Igreja ‘Lumen gentium’, do Concílio Vaticano II, que no capítulo VI trata dos religiosos, e do decreto ‘Perfectae caritatis’, sobre a renovação da vida religiosa.

OC

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