Papa esteve na Cova da Iria em 2017 e 2023
Fátima, 13 mar 2025 (Ecclesia) – O reitor do Santuário de Fátima considera que os 12 anos de pontificado do Papa, que se celebram hoje, têm deixado um legado de “grande renovação” interna da Igreja e de combate à “indiferença”, na sociedade.
“Eu destacaria deste pontificado, sobretudo, o abrir de horizontes que o Papa Francisco trouxe à Igreja, um abrir de horizontes, antes de mais interno, com toda esta questão de reforma dentro da própria Igreja. A Igreja entender-se como uma instituição sempre em renovação e, necessariamente, em renovação, se quiser ser fiel ao Evangelho”, disse o padre Carlos Cabecinhas, em declarações à Agência ECCLESIA.
Numa outra dimensão de todo o pontificado, o reitor do Santuário de Fátima destacou também o alerta de Francisco “para a necessidade de estar sensíveis aos outros e abertos aos outros”.
“Quantas vezes o Papa não nos falou da necessidade de vencer a indiferença, de lutar contra uma sociedade do descarte, e eu creio que esse é outro dos grandes legados do Papa Francisco”, assinalou.
“Um legado interno de grande renovação, um legado, que eu diria mais universal ainda, que é este de nos chamar à atenção para a necessidade de continuamente vencermos a indiferença em relação ao sofrimento dos que nos cercam”, acrescentou o padre Carlos Cabecinhas.
Para o presidente do Município de Ourém, o Papa Francisco “tem vindo a marcar pela diferença a sua atuação”, e considera que é “uma pessoa muito aberta, uma pessoa mais virada para o mundo, mais aberta”.
“O seu legado será, efetivamente, sempre muito recordado como um ponto de viragem grande na Igreja Católica. Eu aprecio muito as suas qualidades, não só por ter vindo a Fátima, mas, essencialmente, por tudo aquilo que tem vindo a fazer, por aquilo que representa para o mundo”, desenvolveu Luís Albuquerque, à Agência ECCLESIA.
O reitor do Santuário de Fátima acrescentou que o Papa Francisco esteve duas vezes no santuário da Cova da Iria – a 12 e 13 de maior de 2017, no centenário das aparições, e durante os dias em Portugal para a JMJ (Jornada Mundial da Juventude) Lisboa 2023 – e “a imagem Nossa Senhora de Fátima já foi ao encontro dele em 2013”.
“Há uma série de aspetos de ligação do Santuário de Fátima com o Papa Francisco e há, sobretudo, nestes dias de doença e de enfermidade, uma permanente e intensa oração pela saúde do Papa”, realçou o padre Carlos Cabecinhas.
Luís Albuquerque salientou que o “Papa Francisco é um grande devoto de Nossa Senhora”, e a sua passagem por Fátima “é sempre um fator de muita alegria, de muita satisfação, de muita fé para todos”.
“A sua devoção a Fátima inspira muitos milhões de pessoas, por isso também é muito importante que ele seja aquilo que tem sido para a Fátima. E nós reconhecemos como o Papa Francisco também contribuiu muito para a divulgação da mensagem de Fátima por todo o mundo”, referiu o autarca.
Francisco está internado desde 14 de fevereiro, no Hospital Gemelli, de Roma, tendo sido diagnosticado com uma infeção polimicrobiana das vias respiratórias, que se agravou para uma pneumonia bilateral; é a quarta hospitalização desde 2021, e a mais longa do pontificado.
Esta segunda-feira, dia 10 de março, as melhorias no quadro clínico do Papa permitiram aos médicos abandonar o prognóstico reservado, após 25 dias de internamento.
“Eu desejo, sinceramente, que a Sua Santidade possa regressar muito rapidamente ao Vaticano, e que possa ainda ter mais alguns anos como Papa, porque o país, o mundo, precisa disso”, referiu o presidente da Câmara Municipal de Ourém.
O atual Papa foi eleito há 12 anos, no dia 13 de março de 2013, como sucessor de Bento XVI, e fez 47 viagens internacionais, nas quais visitou 67 países; Jorge Mario Bergoglio, de 88 anos, é natural de Buenos Aires (Argentina).
CB/OC