Francisco/12.º aniversário: Khalid Jamal, muçulmano, evoca memórias de um «homem santo»

Dirigente da Comunidade Islâmica de Lisboa fala numa «fonte de inspiração e um exemplo para todos»

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 13 mar 2025 (Ecclesia) – Khalid Jamal, dirigente da Comunidade Islâmica de Lisboa, considera que o Papa Francisco é um “homem santo” e mesmo antes de cumprimentar o Papa argentino sentiu “uma enorme energia, quase como um efeito de contágio”.

“Estive com o Papa Francisco em 2018 numa audiência das quartas-feiras, com o Pedro Gil, e senti que há ali um homem santo e, mesmo antes de cumprimentá-lo, senti uma enorme energia, quase como um efeito de contágio, no bom sentido do termo”, realçou à Agência ECCLESIA Khalid Jamal que é membro do Comité Científico do Grupo de Trabalho ‘Jornalismo e Tradições Religiosas’.

O entrevistado sublinha que o Papa Francisco contagia essa “boa energia, especialmente com uma espiritualidade”.

Quando se comemoram 12 anos de pontificado, Khalid Jamal salienta que as afirmações do Papa Francisco “são simples, mas marcam e tocam profundamente”.

O muçulmano que faz, juntamente com o católico Pedro Gil, o programa radiofónico ‘E Deus criou o Mundo’ afirma que Francisco é um homem que “sabe dialogar também com outras religiões”.

“É preciso saber compreender as dores do próximo e abrirmo-nos a esse diálogo com toda a frontalidade, com toda a sinceridade e com uma vontade real de dialogar e não de combater argumentos”, apontou.

Neste contexto, o Papa Francisco é “uma fonte de inspiração e um exemplo para todos”.

“Apesar da idade”, o Papa Francisco é uma pessoa “muito ativa e que procura entregar a sua vida à missão de servir, basta ver a declaração da fraternidade”, avançou Khalid Jamal.

A 4 de fevereiro de 2019, em Abu Dhabi, Francisco assinou a declaração sobre a Fraternidade Humana, com o grande-imã de Al-Azhar, a mais importante instituição do Islão sunita.

“Hoje também nós, em nome de Deus, para salvaguardar a paz, precisamos de entrar juntos, como uma única família, numa arca que possa sulcar os mares tempestuosos do mundo: a arca de fraternidade. O ponto de partida é reconhecer que Deus está na origem da única família humana”, declarou, perante representantes de várias religiões, na primeira visita de um pontífice à Península Arábica.

Para dirigente da Comunidade Islâmica de Lisboa, este foi “um momento absolutamente marcante e transfigurador da história da humanidade”, sublinhando que dois líderes de “religiões distintas” prepararam, “não secretamente, mas com a reserva e a descrição necessária, um texto absolutamente imprescindível”

Numa era cada vez “mais digital, os atos e os gestos valem mais do que as palavras”, frisou o entrevistado.

O Papa Francisco e outros líderes espirituais têm dado “um profundo exemplo de cooperação e de diálogo”, e mostram que “é possível estarmos juntos sem guerrearmos”, completou Khalid Jamal.

LFS/OC

 

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