D. Manuel da Rocha Felício assinalou 11 anos de eleição
Guarda, 13 mar 2024 (Ecclesia) – O bispo da Guarda assinalou hoje o 11.º aniversário de pontificado do Papa, elogiando a liderança implementada por Francisco desde 2013.
“O estilo de liderança do Papa Francisco, baseado não no autoritarismo, mas na grande capacidade de escuta e de atenção às realidades sociais e humanas, é caminho para ser seguido dentro da Igreja, mas também com vantagem para os líderes em geral, sobretudo pelo exemplo de proximidade às pessoas e pela insistente recomendação para sabermos cuidar bem uns dos outros”, assinalou D. Manuel da Rocha Felício, num texto divulgado online.
No documento enviado à Agência ECCLESIA, o bispo diocesano salienta a preocupação do Papa pela paz, “incluindo naqueles países em que os conflitos existem, mas têm menos visibilidade na opinião pública”.
Além disso, o bispo da Guarda reconhece que o Papa, “com a sua determinação do Papa em enfrentar as grandes questões que implicam a vida das pessoas dentre e fora da Igreja, está a encontrar algumas, resistências vindas sobretudo da fação mais conservadora da Igreja”.
“Estamos certos de que a Igreja em si mesma está com o Papa, nos importantes caminhos que continua a apontar-nos, com a linguagem e as surpresas a que já nos habituou”, destacou.
D. Manuel da Rocha Felício recorda as primeiras palavra do Papa Francisco, quando foi eleito, e as exortações apostólicas que foi publicando ao longo destes anos, nomeadamente a ‘Evangelii Gaudium’ (Alegria do Evangelho) e ‘Amoris Letitia’ (Alegria do Amor).
“Outra surpresa já tinha sido a publicação da sua primeira encíclica (‘Laudato si’, maio de 2015) voltada para o assunto das mudanças climáticas. Podemos dizer que esta encíclica antecipou, em meio ano, e certamente também inspirou as resoluções da Cimeira de Paris (final de 2015), infelizmente muito pouco aplicadas”, lamenta o bispo.
Além da ‘Laudato si’, o bispo da Guarda faz ainda menção à encíclica ‘Fratelli Tutti’ sobre a fraternidade universal, “que liga muito claramente o Papa ao santo do qual adotou o nome, São Francisco de Assis”.
“Também resultante do diálogo inter-religioso, o assunto desta encíclica coloca claramente a Igreja e o Evangelho numa atitude de resposta às grandes necessidades do mundo de hoje. Sem fraternidade e sem a reconciliação que ela supõe e exige, o futuro do mundo fica em perigo, como constatamos que está a acontecer na atualidade”, assinala D. Manuel Felício.
No texto, o bispo diocesano aponta “a proposta de caminho sinodal”, a partir da celebração do “Cinquentenário da criação do Sínodo dos Bispos, em 2015”, como a “grande novidade deste pontificado”.
“Desde aí a Igreja é chamada a alargar o horizonte da sinodalidade e reconhecer que a sua identidade mais funda é ser toda ela sinodal, e não apenas o Colégio dos Bispos. A importância deste assunto na vida da Igreja e também na sua relação com o mundo está espelhada no Sínodo sobre sinodalidade convocado para se desenvolve em duas sessões, estando a segunda já aprazada para o próximo mês de outubro”, indica.
O responsável católico salienta ainda as duas viagens que o Papa Francisco realizou a Portugal: em 2017, para a canonização dos pastorinhos, e em 2023, a propósito da Jornada Mundial da Juventude.
Nascido na Argentina, o Papa Francisco completa hoje 11 anos de liderança da Igreja, depois de ter sido eleito sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013.
LJ/OC