«Economia de Francisco» trouxe uma nova dimensão na vida deste professor, «até um elevar da relação com Deus»
Lisboa, 13 de mar 2023 (Ecclesia) – Carlos Figueira, do grupo ‘Economia de Francisco Portugal’, destaca que o Papa convida a uma “nova visão, uma economia diferente”, mobilizando novas gerações de académicos, empresários e gestores de todo o mundo.
“Muitas vezes ouvimos o nome desta iniciativa ‘Economia de Francisco’ e parece que estamos a falar de modelos económicos, de algo que é só para economistas, e não é assim: é um desafio que o Papa lança a todos os jovens, que é aquilo que também tem vindo a dizer e a chamar-nos sempre, a ser protagonistas no nosso tempo, reconhecer os desafios que temos que são muito”, explicou hoje o professor universitário, em entrevista à Agência ECCLESIA.
Segundo Carlos Figueira, esses desafios são a crise ambiental, as guerras, a inflação e as desigualdades.
O Papa Francisco convida as pessoas “a perceber toda esta realidade”, que passa também por uma conversão pessoal, a Ecologia Integral, a terem “uma visão integrada das realidades, uma nova visão”, e cada um entender-se a si próprio, a sociedade onde está inserido e a agir.
“Mudarmos a nossa forma de ser, a forma como nos relacionamos com os nossos amigos, connosco próprios, com a nossa família, com a sociedade, no trabalho e as nossas opções”, assinalou.
Carlos Figueira participou no primeiro encontro presencial do movimento mundial ‘Economia de Francisco’ (22 a 24 de setembro 2022), em Assis (Itália), teve como temática a profecia, e contou com a presença do Papa Francisco, no dia 24.
“A ‘Economia de Francisco’ é uma economia profética, é uma economia que já é mas ainda não é. Em muitos sítios, em muitas empresas, em muitas localidades, em muitas pessoas, esta nova economia já está presente”, afirmou, em entrevista ao Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.
O elemento do movimento em Portugal precisa que este “não é um manual, é muito mais caminho de fazer as perguntas”, e há diversas palavras que a definem, como estão ligadas ao estilo do Papa argentino, como “processos”, “comunidade”, “vocação” e “nova visão para o mundo”.
“As nossas escolhas já são moldadas por estes princípios, por estes valores, já são inspirados por São Francisco de Assis, mas também reconhecemos que existem sítios, realidades, onde ainda temos de chegar. Já vislumbramos a ‘terra prometida’, como diz no pacto, mas sabemos que ainda temos caminho a percorrer”, desenvolveu.
Ao entrevistado, a ‘Economia de Francisco’ mudou a sua forma de ensinar, trouxe-lhe também “uma nova dimensão, até um elevar da relação com Deus”, no caminho que fez em Igreja.
“Este processo também tem muito de crescimento espiritual individual, conhecemo-nos a nós próprios; sem dúvida foi oportunidade para conciliar duas dimensões da minha vida que às vezes pareciam conflituantes, a minha formação académica económica com a minha dimensão mais espiritual”, explicou.
O movimento ‘Economia de Francisco’ (EoF), que também existe em Portugal, nasceu após a convocatória lançada pelo Papa Francisco a “jovens economistas, empresários e empresárias de todo o mundo”, em maio de 2019, para um encontro em Assis.
O cardeal Jorge Mario Bergoglio foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após a renúncia do Papa alemão, assumindo o inédito nome de Francisco; é também o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja.
HM/CB/OC