Proposta de oração lançada pelo episcopado gaulês gerou polémica
Cidade do Vaticano, 16 ago 2012 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício para a Família (CPF) colocou-se hoje ao lado da Conferência Episcopal Francesa em defesa do matrimónio entre homem e mulher, criticando a “moda cultural” que leva à exaltação do indivíduo.
D. Vincenzo Paglia falava à Rádio Vaticano após os bispos gauleses terem retomado a tradição de sugerir uma oração especial pela França, durante a solenidade litúrgica da Assunção da Virgem Maria, esta quarta-feira, na qual se lembravam as vítimas da crise económica, as famílias e os jovens.
Alguns órgãos de informação acusaram os prelados de terem em vista a contestação ao projeto de legalização das uniões homossexuais, desejado pelo governo de François Hollande.
O presidente do CPF disse estar “solidário” com a Conferência Episcopal Francesa e o cardeal Vingt-Trois, arcebispo de Paris, quando este “exorta a rezar para que as crianças cresçam com um pai e uma mãe”.
“Tem razão o cardeal Barbarin ao dizer que falar em casamento gay significa um choque de civilização. Ninguém quer negar os direitos individuais, mas o matrimónio é outra coisa, a família nasce do matrimónio”, acrescentou D. Vincenzo Paglia.
O porta-voz do episcopado francês, monsenhor Bernard Podvin, refere, por sua vez, que a oração reflete “as preocupações dos bispos que propõem, num momento em que é necessário tomar decisões verdadeiramente importantes, que se peça a força espiritual, o discernimento para resolver os problemas”.
Este responsável referiu à Rádio Vaticano que a Conferência Episcopal não quer entrar em “polémicas” e que a oração lembra, em primeiro lugar, “as vítimas da crise económica”, sem excluir “ninguém”.
“Os bispos não escondem a preocupação, que é grande, obviamente, sobre o fim da vida e a família, porque a situação é séria, mas acima de tudo é necessário pedir uma iluminação espiritual”, prosseguiu.
OC