França: Papa recebeu convite de François Hollande e estuda passagem inédita por Marselha

Paris, 17 mai 2016 (Ecclesia) – O Papa confirmou em entrevista ao jornal católico francês ‘La Croix’, publicada hoje, que recebeu um convite do presidente François Hollande e do episcopado católico para visitar a França.

Francisco explicou que uma possível viagem ao território gaulês ainda não está definida e que um dos pontos de passagem poderia ser a cidade de Marselha, por representar “uma porta aberta ao sul do mundo” e nunca ter sido visitada por um pontífice.

O Papa falou da atual França como “uma periferia a ser evangelizada”, evocando a sua histórica como terra de grandes santos, antes de confessar a sua predileção pessoal por Santa Teresa de Lisieux (Teresinha do Menino Jesus).

A entrevista sublinhou a necessidade de um maior compromisso dos leigos na ação da Igreja e a rejeição do “clericalismo”.

Outro tema ligado à Igreja na França tratado na entrevista é a relação com a Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX), fundada por D. Marcel Lefèbvre (1905-1991).

“Avançamos lentamente e com prudência”, afirmou o Papa, recordando que o Concílio Vaticano II “tem o seu valor” e é necessário dialogar.

Francisco considera os lefebvrianos como “católicos a caminho da plena comunhão”, afirmando que o superior geral da FSSPX, D. Bernard Fellay, “é um homem com o qual se pode dialogar”.

O Papa determinou em setembro do último ano que todos os católicos se podem confessar de forma válida, durante o Jubileu da Misericórdia (dezembro de 2015-novembro de 2016), a sacerdotes da FSSPX.

Em março de 2009, Bento XVI enviou uma carta aos bispos de todo o mundo, para explicar a remissão das excomunhões de quatro bispos da Fraternidade São Pio X que tinham sido ordenados pelo arcebispo Lefèbvre, sem mandato pontifício, no ano de 1988.

Em junho de 2012, a Santa Sé revelou que tinha proposto a criação de uma prelatura pessoal para a Fraternidade Sacerdotal, que esta viria a recusar.

Entre as questões que separam as duas partes destacam-se a aceitação do Concílio Vaticano II (1962-1965) e do magistério pós-conciliar dos Papas em matérias como as celebrações litúrgicas, o ecumenismo ou a liberdade religiosa.

OC

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