França: Conferência Episcopal repudia uso da violência como «arma política»

Bispos católicos admitem que reforma das pensões criou «fratura» social

Foto: Lusa

Lourdes, França, 28 mar 2023 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF) apelou hoje ao fim da violência no país, criticando em particular quem a usa como “arma política”, e admitiu que a reforma das pensões criou uma “fratura” social.

“A violência que se verificou à margem de certas manifestações e nestes últimos dias, a violência cometida por grupos que a tomam como arma política, os dramas provocados, por vezes, pelas reações nem sempre suficientemente controladas daqueles que servem a ordem pública, perturbam os nossos concidadãos: são um sintoma, um sintoma alarmante do estado do tecido social”, disse D. Éric de Moulins-Beaufort, arcebispo Reims, na abertura da assembleia plenária de primavera da CEF, que decorre no Santuário de Lourdes.

A intervenção aludiu à tensão social provocada pela reforma da Segurança Social e o aumento da idade de reforma dos 62 para os 64 anos de idade, decidida pelo presidente Emmanuel Macron.

“A crise em torno da reforma das pensões coloca fortemente em causa o processo de concertação e de decisões coletivas previstas pelas nossas instituições”, indicou o arcebispo de Reims.

Foto: CEF

Para D. Éric de Moulins-Beaufort, a França enfrenta “fraturas difíceis de ultrapassar”, com muitas pessoas preocupadas com o seu futuro e o das novas gerações.

“Vamos rezar pelos nossos responsáveis políticos, encarregados de traçar caminhos de futuro que possam constituir um bem comum de todos, pelo qual todos se encontrem, de uma forma ou outro, reforçados, engrandecidos, encorajados a viver”, acrescentou.

A intervenção inicial dos trabalhos reforçou ainda a oposição da Igreja Católica, “com muitos outros responsáveis religiosos e sociais”, à legalização da eutanásia e do suicídio assistido no país.

O presidente da CEF questiona a ideia de que “precipitar a morte seria uma solução razoável, senão mesmo a mais razoável de todas”.

D. Éric de Moulins-Beaufort falou ainda da resposta da Igreja Católica às vítimas de abusos sexuais ou de poder, na Igreja.

“O caminho já percorrido é importante, o trabalho está a ser feito e bem feito, mesmo que fosse desejável que avançasse de forma mais rápida”, apontou.

OC

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Agência ECCLESIA

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